Ministério Público decide denunciar PMs por homicídio doloso no caso Itambé

No entendimento do Ministério Público de Pernambuco, os policiais tiveram intenção de matar Edvaldo da Silva
JC Online
Publicado em 13/06/2017 às 15:52
No entendimento do Ministério Público de Pernambuco, os policiais tiveram intenção de matar Edvaldo da Silva Foto: Foto: Reprodução


O Ministério Público de Pernambuco decidiu indiciar os policiais militares envolvidos no caso Itambé por homicídio doloso. Antes, o entendimento da Polícia Civil, na conclusão do seu inquérito, era de que os PMs não tiveram intenção de matar o jovem Edvaldo da Silva dos Santos, 21, atingido por um tiro de borracha durante um protesto por mais segurança no município da Zona da Mata pernambucana. O delegado Pablo Carvalho, da delegacia de Goiana, que preside as investigações, havia comunicado a conclusão do inquérito no último dia 2 deste mês. A nova denúncia apresentada pelo MPPE será encaminhada ao juízo do município de Itambé. Caso seja aceita, a ação penal pede que os acusados sejam julgados pelo tribunal do júri, ou seja, a própria população.

 

A agressão contra o jovem foi gravada e o vídeo viralizou nas redes sociais. Nas imagens, aparece um oficial da PM dando ordens para que Edvaldo seja “o primeiro a receber o tiro”. Logo depois, o jovem é baleado e cai no chão. Ele é arrastado e agredido por um oficial até ser colocado na carroceria de uma viatura. A pena do soldado pode durar entre 6 a 20 anos de reclusão. O capitão Caze, que deu a ordem para que o soldado atirasse contra Edvaldo, também foi denunciado por crime de tortura e além da prisão pode perder a farda.

Diferentemente do entendimento da Polícia Civil,  o promotor João Elias, responsável pelo caso, avaliou que os PMs tinham sim habilidade para manusear a arma que disparou o tiro de borracha. ""Pelas análises do vídeo que gravou a agressão, fica claro, que os polícias tinham sim habilidade para manusear a arma que atingiu a vítima", garantiu o promotor.

A denúncia, encaminhada à Comarca de Itambé, pede que os acusados sejam julgados pelo tribunal do júri, ou seja, a própria população.

Morte

Edvaldo morreu no Hospital Miguel Arraes, no município de Paulista, no Grande Recife, no dia 10 de abril. Ele estava internado na UTI e apresentava uma infecção na perna, local atingido pelo tiro.

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