O Ministério Público de Pernambuco decidiu indiciar os policiais militares envolvidos no caso Itambé por homicídio doloso. Antes, o entendimento da Polícia Civil, na conclusão do seu inquérito, era de que os PMs não tiveram intenção de matar o jovem Edvaldo da Silva dos Santos, 21, atingido por um tiro de borracha durante um protesto por mais segurança no município da Zona da Mata pernambucana. O delegado Pablo Carvalho, da delegacia de Goiana, que preside as investigações, havia comunicado a conclusão do inquérito no último dia 2 deste mês. A nova denúncia apresentada pelo MPPE será encaminhada ao juízo do município de Itambé. Caso seja aceita, a ação penal pede que os acusados sejam julgados pelo tribunal do júri, ou seja, a própria população.
A agressão contra o jovem foi gravada e o vídeo viralizou nas redes sociais. Nas imagens, aparece um oficial da PM dando ordens para que Edvaldo seja “o primeiro a receber o tiro”. Logo depois, o jovem é baleado e cai no chão. Ele é arrastado e agredido por um oficial até ser colocado na carroceria de uma viatura. A pena do soldado pode durar entre 6 a 20 anos de reclusão. O capitão Caze, que deu a ordem para que o soldado atirasse contra Edvaldo, também foi denunciado por crime de tortura e além da prisão pode perder a farda.
Diferentemente do entendimento da Polícia Civil, o promotor João Elias, responsável pelo caso, avaliou que os PMs tinham sim habilidade para manusear a arma que disparou o tiro de borracha. ""Pelas análises do vídeo que gravou a agressão, fica claro, que os polícias tinham sim habilidade para manusear a arma que atingiu a vítima", garantiu o promotor.
A denúncia, encaminhada à Comarca de Itambé, pede que os acusados sejam julgados pelo tribunal do júri, ou seja, a própria população.
Edvaldo morreu no Hospital Miguel Arraes, no município de Paulista, no Grande Recife, no dia 10 de abril. Ele estava internado na UTI e apresentava uma infecção na perna, local atingido pelo tiro.