Menos de um mês, esse foi o tempo necessário para a ONG O Novo Jeito conseguir arrecadar e entregar 425 toneladas aos moradores da Zona da Mata e Agreste pernambucano atingidos pelas enchentes. A campanha, encerrada nesse domingo (18), envolveu 2.500 voluntários e beneficiou 24 cidades numa verdadeira corrente do bem.
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Apenas nesse domingo, cerca de duzentos voluntários do movimento se misturaram aos desabrigados das chuvas no Em Belém de Maria, na Mata Sul. Do dia 28 de maio a 18 de junho, os milhares de voluntários se uniram numa grande corrente do bem e se mobilizaram para fazer doações, triar os donativos recebidos, transportar o material até o interior em 65 caminhões e ônibus, limpar uma escola, um hospital, um centro de assistência social, um ginásio de esportes e, juntas, dedicar 13.800 horas de trabalho para beneficiar os municípios atingidos pelas enchentes.
"Foi exatamente numa situação como esta que o movimento nasceu. Em junho de 2010, quando as mesmas cidades foram atingidas pelas cheias, decidimos nos mobilizar e ajudar as vítimas. Este ano, não poderíamos deixar de fazer o mesmo, e na manhã do primeiro dia de chuvas, já tínhamos cinco pontos de arrecadação organizados. Ficamos muito felizes com a mobilização da sociedade civil, que entendeu o chamado e se dedicou, não só às doações, mas também ao trabalho voluntário", afirma Fábio Silva, idealizador do movimento.
Nos fins de semana, mutirões de serviços foram realizados nos municípios de Catende, Rio Formoso e Belém de Maria. A mobilização também contou com o apoio de mais de 50 empresas e instituições, que formaram pontos de arrecadação de donativos, cederam funcionários e caminhões e realizaram campanhas com seus clientes, revertendo o lucro para a compra de colchões e cestas básicas.
A Interne Soluções em Saúde cedeu o galpão que se transformou temporariamente do "quartel general" da ação. A Aeronáutica enviou soldados para ajudar no carregamento de donativos nos veículos que seguiriam para o interior, assim como a Celpe, que também cedeu colaboradores
Números
Em números, foram 21 dias, com 2500 voluntários engajados em 24 cidades. 65 caminhões e ônibus cedidos para a logística, com a ajuda de 54 empresas parceiras. 425,7 toneladas de donativos arrecadados, em 13.800 horas de trabalho voluntário. 1 escola recuperada em Catende; 1 hospital, 1 Centro de Assistência Social e 1 ginásio, em Rio Formoso.
Moradores de Água Preta, Amaraji, Barra de Guabiraba, Barreiros, Belém de Maria, Catende, Cortês, Gameleira, Jaqueira, Maraial, Palmares, Primavera, Ribeirão, Rio Formoso, Sirinhaém, Caruaru, Ipojuca, Joaquim Nabuco, Jurema, Lagoa dos Gatos, Quipapá, São Benedito do Sul, Tamandaré e Xexéu foram beneficiados com roupas, sapatos, alimentos, garrafas de água, colchões, brinquedos, produtos de limpeza e móveis .