Quem passa pela Avenida Presidente Kennedy, em Olinda, no Grande Recife, e vê os serviços de drenagem em andamento, próximo ao Centro da Moda, fica na expectativa de que finalmente o grave problema de alagamento da via seja resolvido. Mas a solução em curso é pontual. As obras, previstas para serem concluídas em novembro, devem corrigir o problema em um trecho de aproximadamente 600 metros. Já a solução definitiva está em fase de projeto e tem custo estimado de R$ 30 milhões, recursos ainda não disponíveis, portanto, um desfecho ainda sem data.
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“No momento estamos fazendo a recuperação de trechos de drenagem que não funcionam. Os alagamentos em frente ao Itaú e junto ao Centro da Moda vão ser resolvidos com um investimento de R$ 200 mil”, explica o secretário de Serviços Públicos de Olinda, Evandro Avelar. “A intervenção definitiva para resolver os problemas de drenagem e mobilidade da avenida estamos desenvolvendo em parceria com o Estado”.
Conforme Avelar, a Secretaria das Cidades já fez um diagnóstico, levantou alternativas e está em fase de elaboração do projeto-executivo. “Não dispomos dos R$ 30 milhões estimados para a obra, mas precisamos do projeto para buscar os recursos”, salienta, sem dar detalhes do que seria o projeto. “Se demorarmos para conseguir o investimento vamos continuar fazendo serviços pontuais porque eles são necessários”.
O gerente-geral de Obras da Secretaria das Cidades, André Viana, também não dá maiores detalhes sobre o projeto em elaboração. Afirma apenas que no levantamento de campo “foi detectada a necessidade de serviços de macro e microdrenagem, construção de calçadas com acessibilidade, pavimentação, sinalização e iluminação” na avenida. E que, enquanto a intervenção maior não é viabilizada, o órgão realiza operações de tapa-buracos, com apoio do Departamento de Estradas e Rodagem (DER). A prefeitura também anuncia serviços do tipo para esta semana.
CORREDOR POLÊMICO
O diagnóstico de muita gente que utiliza diariamente a Avenida Presidente Kennedy aponta como seu maior vilão justamente a obra realizada pelo Governo do Estado, entre 2008 e 2013, para melhorar a mobilidade em Olinda: o corredor de transporte construído no canteiro central, no qual foram investidos cerca de R$ 9 milhões.
“Tinha que derrubar tudo e começar de novo, isso não tem jeito, jogaram dinheiro fora e se insistirem vão jogar de novo”, sentencia o aposentado Abílio Santos, 74, morador de Peixinhos. Gerente de uma loja de bicicletas, Roberta Moraes, 28, reforça: “Depois que fizeram esse corredor muitas lojas fecharam, os carros não têm onde parar. Nós mudamos o lugar da loja para os clientes poderem estacionar na rua ao lado”.
Mesmo antes de ser concluído, o corredor já havia virado polêmica. Além de não melhorar a velocidade dos 451 ônibus de 50 linhas que trafegam no local, a mobilidade piorou para carros, motos, bicicletas e até carroças que dividem uma só faixa. Os problemas de alagamento também ficaram mais visíveis. Inúmeras crateras tomaram conta da via. Esgotos transbordam. E os relatos de acidentes aumentaram. “Já torci meu pé duas vezes nesses buracos. Muita gente já foi atropelada. Tenho fé que resolvam isso”, diz a dona de casa Wilma Quitéria Rocha, 56, moradora de Peixinhos.
ALTERNATIVA
A avenida é única alternativa de passagem para muita gente que se desloca por Olinda, mas dentro de alguns meses uma nova rota poderá ser utilizada por alguns. Evandro Avelar informa que no próximo mês serão concluídos os serviços de drenagem, recuperação de pavimento e iluminação dos 800 metros da Avenida Transamazônica, onde o município está investindo R$ 540 mil.
“Em seguida iniciaremos o mesmo trabalho na Avenida Brasília, que é continuidade da Transamazônica e paralela à Avenida Presidente Kennedy, um serviço que deve durar cinco meses. Com isso, quem trafega pela II Perimetral vai poder seguir pelas Avenidas Transamazônica e Brasília e já sair na Pan Nordestina, em Salgadinho”, adianta.