O ano de 2018 vem com uma novidade para o transplante cardíaco no Estado. Além do Imip e do Hospital Português, outros dois vão passar a oferecer o serviço: o Jayme da Fonte e o Memorial São José. “A ideia é nossa equipe atender os pacientes que têm plano de saúde nessas unidades, deixando os 11 leitos do setor no Imip apenas para os do SUS, que não têm outra opção”, diz o médico Fernando Figueira, coordenador de cirurgia cardíaca do hospital, um dos 30 do mundo que fazem mais de 30 cirurgias ao ano só de coração. Foram 40 este ano.
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A demanda é pequena, pois há subnotificação. Das 951 pessoas na fila de espera para um transplante no Estado, apenas nove aguardam um coração. Em alguns momentos, essa fila chega a zerar. “Comemoramos isso antes, mas percebemos que muita gente pode estar morrendo sem ter a oportunidade de um transplante”, alerta.
A lista é estadual, mas caso o órgão não seja compatível com os pacientes locais ele é oferecido nacionalmente. No caso do doador de coração, é preciso que ele seja jovem (em média homens de até 45 anos e mulheres de até 50), não tenha problemas cardíacos e apresente morte encefálica.
“Esse tipo de diagnóstico no Brasil é um dos mais seguros do mundo. Exige a assinatura de dois médicos, um exame complementar e uma série de avaliações clínicas. Se há morte encefálica, não há mais vida. Mas isso pode gerar uma coisa boa, que é salvar outras vidas”, observa Figueira. A taxa de mortalidade pós-transplante é de 7,4% em um ano. “No Brasil é de 20”.
POUCO TEMPO
São apenas quatro horas para remover o coração e fazê-lo bater em outro peito. “Muitos órgãos vêm de Petrolina. A distância exige um trabalho rápido e rende aventuras. Um médico chegou a invadir um avião para o coração chegar ao Recife a tempo. Ele responde por isso, mas salvou o paciente”, conta.