Um ano inteiro contando as horas. Esperando a chegada dos quatro dias mais desejados de todos. Aqueles que transformam o mais pacato do pernambucano num folião incansável, embriagado pela loucura de um sonho chamado Carnaval. Não há dia nem noite. É só farra e diversão. Logo mais, no Marco Zero, palco principal da festa, o Recife decreta que, sim, agora é oficial. A capital do frevo, multicultural que só ela, dará as boas-vindas ao Reinado de Momo da melhor forma: abraçando todos os ritmos. Não à toa o espetáculo de abertura chama-se O Carnaval de Todo Mundo. Não só o frevo, o samba, o maracatu, mas a arte que nasce da periferia do Recife, com a turma do passinho, do brega e do hip-hop. Se é para misturar e botar para ferver, o folião veio para o lugar certo.
Leia Também
- Confira o que abre e o que fecha durante o Carnaval no Grande Recife
- Confira o esquema de mobilidade para o Carnaval no Grande Recife
- Medida proíbe voo de drones de uso recreativo durante Carnaval 2019 no Recife e Olinda
- Abertura do Carnaval 2019 de Olinda atrai centenas de foliões
- Táxis estão autorizados a operar na Bandeira 2 neste Carnaval
A festa começa com o clássico toque dos clarins anunciando o que já está no coração, na cabeça e no pé de cada amante do Carnaval. Feito o chamado, o palco do Marco Zero, no Bairro do Recife, será tomado por mais de 100 bailarinos que terão a missão de traduzir a efervescência cultural que é a marca maior de Pernambuco. Dividido em seis movimentos, o espetáculo traz a periferia, e suas múltiplas expressões artísticas, como a grande protagonista da festa. “Estamos em um Estado que respira arte e produz excelência. É isso o que vamos mostrar hoje à noite. Uma combinação de tradição e modernidade, cujo foco maior é a inclusão, é o encontro de todas as artes”, ressalta o bailarino e coreógrafo Dielson Pessoa, idealizador do espetáculo.
Durante uma hora e meia, o público vai assistir a um passeio que começa pela cultura de matriz africana e a sua influência na formação da identidade nacional, através dos bailarinos do Magê Molê e do Balé Afro Raízes. Em seguida, vem a Festa na Periferia, embalada pelo brega e pelo funk nas vozes de Michelle Mello, Kelvis Duran, Victor Santos e Priscila Senna (Musa). A terceira parte do espetáculo foi intitulada de Rolezinho do Compaz e contará com a participação de alunos das duas unidades do Compaz, comandados pela voz de MC Bruninho e Zé Brown. O show contará ainda com os blocos Delírios Tecnológicos, Carnaval de Gigantes e Batalha de Rua, este último em alusão às origens do frevo.
Samba
Após o espetáculo, é hora do samba pedir passagem, sob o comando de uma das homenageadas do Carnaval do Recife deste ano: a cantora Gerlane Lops. Ela sobe ao palco acompanhada de vários convidados, entre eles, o sambista Péricles, um dos fundadores do grupo Exaltasamba. “Não estou querendo nem pensar na emoção, para poder me concentrar e fazer dessa apresentação uma noite inesquecível. Será um momento único”, diz Gerlane, ressaltando que a homenagem é uma prova de que o samba está vencendo e mostrando a sua força. Na sequência, o Maestro Forró e sua Orquestra Popular da Bomba do Hemetério assumem o palco da festa, na companhia de Nena Queiroga, Almir Rouche e Canibal
Caberá a outro homenageado do Carnaval deste ano, o sambista Belo Xis, fazer o último show da noite. “O coração está a mil. O samba é a minha vida. Vou levar todo esse amor hoje ao Marco Zero”, diz, lembrando que não estará sozinho. Entre os convidados que o artista recebe, um deles é bem especial: a Escola Gigantes do Samba, que ficará com a missão de encerrar a festa, já nas primeiras horas do Sábado de Zé Pereira e, claro, do majestoso Galo da Madrugada.