FUTURO

Holiday: Entenda os próximos passos após o fim do prazo de desocupação

Apesar da interdição do prédio, o local não está completamente vazio porque algumas famílias ainda estão no imóvel

JC Online
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Publicado em 21/03/2019 às 9:30
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Apesar da interdição do prédio, o local não está completamente vazio porque algumas famílias ainda estão no imóvel - FOTO: Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Acabou nessa quarta-feira (20) o prazo dado pela Justiça para que os moradores do Edifício Holiday, em Boa Viagem, Zona Sul do Recife, desocupassem o imóvel, que foi interditado. Apesar da determinação judicial, o local não está completamente vazio porque algumas famílias ainda estão no prédio.

A partir de agora, cabe à Prefeitura do Recife estabelecer um diálogo com os moradores remanescentes para convencê-los a deixar o prédio. Segundo o juiz Luiz Rocha, autor da decisão que determinou a desocupação do Holiday, se, apesar da atuação da Prefeitura, os moradores permaneceram no edifício, eles serão retirados mediante uso da força policial. “Não me parece, portanto, que a decisão de permanecer no prédio seja a mais correta. Não considero razoável”, falou o juiz em entrevista ao Bom Dia Pernambuco, da TV Globo, nessa quarta (20).

A cozinheira Elisabete Cristina, 48 anos, e sua família são alguns dos moradores que ainda resistem em sair do Holiday, onde moram há 15 anos. "Eu tenho 48 anos, nunca passei por uma humilhação tão grande como essa. Isso aqui é minha casa. Moro aqui dentro há 15 anos. E agora a gente não sabe onde vão nos jogar", disse Elisabete.

Para Elisabete, a decisão judicial que determinou a interdição do imóvel é injusta. "Isso é injusto com a gente. A gente não é marginal. A gente vive trabalhando. Nós somos pobres honestos", reclamou a moradora.

Abrigo

De acordo com a secretaria-executiva de Assistência Social do Recife, Geruza Felizardo, os moradores ainda podem procurar as equipes da Prefeitura do Recife para pedir apoio na mudança ou acomodação em um abrigo da cidade.  Geruza ainda afirmou que os condôminos poderão procurar o Centro de Referência em Assistência Social, no bairro do Pina, também na Zona Sul, após o desmonte da estrutura montada pela Prefeitura para auxiliá-los.

"Eles podem a qualquer momento procurar o abrigo. Nós estamos, por enquanto, com uma estrutura lá (no Holiday), mas mesmo após a estrutura sair de lá, eles poderão procurar o CRAS, no Pina", disse completando que mesmo aqueles que já foram para casa de parentes podem solicitar apoio do CRAS.

Futuro do Holiday

Mesmo com a interdição e desocupação do Edifício Holiday, ainda não há planos para o futuro do prédio, que foi construído em 1956. Com 17 andares e 476 apartamentos, o Holiday, que chegou a abrigar cerca de três mil pessoas, acumula problemas em sua estrutura, o que motivou a suspensão do fornecimento de energia elétrica por parte da Companhia Energética de Pernambuco (Celpe).

Segundo o síndico do Holiday, Rufino Neto, o valor estimado para reformar o prédio e sanar, de uma vez por todas, os problemas no imóvel é de R$200 mil.

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