A consultoria Great Place to Work (GPTW) busca construir uma sociedade melhor, transformando cada organização em um excelente lugar para trabalhar por meio de práticas que fortaleçam a cultura, de desenvolvimento de líderes e o alinhamento digital. E essa definição das empresas, além de levar em consideração critérios como credibilidade, imparcialidade, respeito, orgulho e camaradagem, também reconhece e chama atenção para a equidade de gênero com a presença de mulheres nas empresas.
Para estimular e oferecer visibilidade para as empresas brasileiras que mais valorizam e dão oportunidade para as mulheres com objetivo de acelerar a equidade de gênero a GPTW lançou a lista GPTW Mulher, que realizou a premiação da terceira edição do ranking na última quarta-feira (05), em São Paulo.
Com o tema “10% não é metade”, foram 444 empresas inscritas e 55 premiadas pelas suas práticas em garantir e incentivar a presença das mulheres e a liderança feminina. De acordo com a Diretora de Conteúdo do GPTW Brasil, Daniela Diniz, há pelo menos 15 anos, o tema “diversidade de gênero” entrou na pauta estratégica das melhores empresas para trabalhar. De 2007 para 2018 o aumento foi de 5% para 10% a participação de mulheres em cargos de CEOs entre as 150 Melhores Empresas para Trabalhar no Brasil, segundo o GPTW.
Em Pernambuco, das 30 melhores empresas premiadas em 2018 no ranking da consultoria como melhores lugares para trabalhar, apenas duas mulheres são CEO’s, 37% dos colaboradores são mulheres, 15% das mulheres estão na alta liderança e 30% de mulheres estão na média liderança. Esses dados chamaram atenção da GPTW que através deles direcionou uma campanha com foco na equidade de gênero nas empresas durante todo esse ano.
“Ficamos bastante preocupados com os dados apresentados no ano passado e por isso escolhemos trabalhar o tema mulher como mote durante 2019. Estamos levando os números para as empresas, conversando e mostrando para os CEOS, Diretores e RH’s a importância de desenvolver o tema nas organizações, somos mais de 50% da população, somos chefes de família, empresas com mais mulheres na gestão tem um retorno sobre o patrimônio de 44% a mais, precisamos falar sobre viés inconsciente, do menos estímulo para crescer, inequidade desde do início da contratação e pede-se menos aumento porque tem medo de ser demitida. Precisamos dar espaço para as mulheres serem inseridas no mercado de trabalho e ainda mais para crescerem como liderança", explica Danielle Maciel, diretora executiva do GPTW em Pernambuco e Alagoas.
Danielle também alerta sobre a reflexão a cerca da presença das mulheres negras nesses espaços. “Procuramos abordar também a questão da mulher negra nas empresas. Ela quase não aparece ou não aparece na média e na alta liderança e isso é algo para ser avaliado”, completa.
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Uma das primeiras empresas a investir na presença feminina fortalecendo não só a equipe, mas nas posições de média e alta liderança foi a Faculdade Frassinetti do Recife (Fafire). A instituição investiu em práticas específicas para mulheres, reconhecendo a importância de oportunizar a presença delas e hoje atua com 64,5% do seu quadro formado só por mulheres. A diretora geral da Fafire e presidente do Grupo Dorotéias no Brasil, Irmã Maria das Graças Soares da Costa, reconhece a presença feminina está no DNA da instituição.
“A Faculdade Fafire traz desde sua origem a importância da atuação da mulher em diversos campos, sejam eles políticos, sociais, econômicos e culturais, pois teve no seu início, fruto da experiência vivida no Colégio São José, uma educação voltada para mulheres. Hoje, a Faculdade Fafire trabalha com uma equipe formada por mulheres e homens, seja em cargos de gestão, administrativo ou docência, com igualdade de salários e benefícios, que ajuda a dialogar entre pares, atuando na dimensão do cuidado, da escuta, do acolhimento e da atenção às pessoas. Este é o grande diferencial que permite trazer resultados satisfatórios de qualidade e produtividade para a Faculdade Fafire", conta Irmã Maria das Graças.
“Temos um longo caminho para alcançar a equidade de gênero de fato. São muitos os desafios a serem superados. O primeiro é aumentar a participação feminina no mercado de trabalho. Em seguida, temos a barreira da equiparação salarial e a dificuldade de ascensão de mulheres aos cargos de liderança”, finaliza Dani Maciel.
Inscrições
Se a sua empresa quer entrar para o ranking do GPTW, o processo é dividido em duas etapas com o programa de certificação e a premiação com o ranking. As inscrições podem ser realizadas até o dia 15 de julho. Para mais informações, as marcas podem entrar em contato pelo [email protected] ou no site www.gptw.com.br.
