Em qual Recife as crianças e jovens de hoje vão viver quando a capital pernambucana completar seus 500 anos? O que eles desejam? Essas questões fazem parte do plano de elaboração do Projeto Recife 500 anos, lançado nesta quarta-feira (3) pela Prefeitura do Recife e pela Agência Recife para Inovação e Estratégia (Aries). O material traça estratégias para o desenvolvimento sustentável da cidade nos próximos 17 anos e fala sobre todos os aspectos que abrangem a vida cotidiana dos recifenses: saúde, mobilidade, educação, desenvolvimento econômico, segurança pública e meio ambiente.
São 62 projetos distribuídos em 17 caminhos estratégicos. O planejamento está sendo feito desde 2015 e nesse período mais de cinco mil pessoas foram ouvidas. “Esse é o plano de cidade mais moderno do Brasil, elaborado pela sociedade. Agora nós temos uma estratégia para a cidade do Recife a longo prazo. Todos os anos ele será revisto, trazendo a modernização, a atualização e as melhorias que o cidadão pode proporcionar com seu conhecimento”, comenta o prefeito do Recife, Geraldo Julio.
Para Guilherme Cavalcanti, diretor da Aries, que atua como interlocutora entre sociedade civil e Poder Público, o protagonismo da sociedade na produção do material foi de extrema importância. “A sociedade [esteve] sentada à mesa com o Poder Público, de forma austera e independente, assumindo a liderança da construção do futuro da nossa sociedade. Só tem um jeito da gente sustentar, a longo prazo, planos ousados como esse: com a permanência das lideranças que estão envolvidas nesse processo. A gente não arreda o pé, a gente não abandona, a cidade é nossa e a gente cuida dela”.
O plano está ancorado em três pilares: Reunir os recifenses na luta pela inclusão e pelo fim das desigualdades sociais; Reviver a cidade a partir de projetos que melhorem a qualidade de vida; e Reinventar a cidade para conectá-la ao futuro. Entre os caminhos estratégicos que nortearão a implementação dos projetos estão pontos como habitabilidade, reestruturação da rede de saúde, infraestrutura com foco no transporte ativo, Recife Inclusivo, reestruturação da rede de escolas, suporte à primeira infância e fortalecimento da identidade cultural.
Norteando ações
A partir do que foi pensado no projeto, alguns pontos já estão sendo norteadores de políticas públicas da cidade, como na revisão do modelo educacional, nas estratégias de saneamento e no serviço de transporte público, por exemplo. Começando a trabalhar na perspectiva das próximas duas décadas, o secretário de Planejamento Urbano do Recife, Antônio Alexandre, vê dois pontos como os mais emergenciais e de maior impacto na vida dos cidadãos. “Duas áreas estratégicas da cidade dizem respeito ao futuro das pessoas. São elas o investimentos voltados para a educação e formação profissional e a segunda tem relação com as estruturas urbanas, a cidade tem carências históricas de infraestrutura urbana na área de saneamento, drenagem e tratamento de reservas naturais. Os investimentos certamente serão fundamentais para que, daqui a 20 anos, a gente possa ver as transformações desejadas”, pontua.
Como contribuir
Qualquer pessoa pode estudar o material e contribuir com alterações e novas propostas. A interação pode ser feita durante as reuniões e audiências do projeto, ou pelas redes sociais e site (www.rec500.org.br)
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