“Saí pela janela e depois, com a ajuda da comunidade, tirei minha filha”. O relato é de um homem identificado apenas como Clenilson, morador de uma casa atingida por uma barreira no bairro de Nova Descoberta, na Zona Norte do Recife, na manhã desta quarta-feira (24), enquanto chovia forte em toda a Região Metropolitana. Consternado, ele contou o que conseguiu lembrar do momento que destruiu sua casa e quase tirou a vida dele e da filha.
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A ocorrência do desabamento da casa de Clenilson chegou para o Corpo de Bombeiros por volta das 10h, mas só foi atendida pouco depois das 14h. A reportagem do Jornal do Commercio conversou com ele ao meio-dia. “Os bombeiros nem chegaram aqui ainda, só a Defesa Civil. Bombeiro eu não vi, não. Só tenho a agradecer a Deus e a comunidade. Se não fosse o pessoal da comunidade, não estava vivo”, afirmou o morador.
O Corpo de Bombeiros informou que a demanda está muito grande, não está sendo possível atender todas as ocorrências e que chamados com maior número de vítimas, como o deslizamento de barreira em Caetés I, no município de Abreu e Lima, estão sendo priorizados. No entanto, o órgão frisou que todas as ocorrências vão ser atendidas.
Por meio de nota, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) informou que os modelos atmosféricos indicam a redução de precipitação para esta quinta-feira (25). Clenilson, porém, não tem previsão de para onde irá. A filha dele foi levada para o hospital. “Ela se machucou muito. Saiu daqui desacordada”, contou.
Vítimas da chuva
Em entrevista à TV Globo, o secretário executivo de Defesa Civil de Pernambuco, coronel Lamartine Barbosa, informou que os locais onde aconteceram os desastres eram todos monitorados pelas Defesas Civis das cidades. Apesar disso, não foi possível evitar as tragédias.
Veja a identificação das vítimas:
Recife:
Josafá Barbosa da Costa, 34 anos - Dois Unidos
Natalicio Vicente da Silva, 69 anos - Passarinho
Ivonete Maria da Silva, 63 anos - Passarinho
Olinda
Abraão Batista da Silva, 25 anos - Águas Compridas
Iraci Maria da Conceição, 78 anos - Águas Compridas
Elisângela, idade não revelada - Passarinho
Diego, idade não revelada - Passarinho
Abreu e Lima
Mariana, 19 anos - Caetés
Luiz Henrique, 15 anos - Caetés
Silvano, idade não revelada - Caetés
Adalmir, 50 anos - Caetés
Acumulado de chuvas
No Recife, choveu em seis horas o previsto para oito dias, segundo a média histórica para o mês de julho. De acordo com a Defesa Civil da cidade, foi registrado um volume de 101 milímetros de chuva. Já em Olinda, entre as 19h da terça-feira (23) e às 7h desta quarta (24), choveu 245,4 milímetros. De acordo com a Apac, a média histórica para o mês de julho é de 370,6. Com isso, o município de Olinda registrou o equivalente a 20 dias de chuva em 12 horas.
Diante da persistência das chuvas, a Defesas Civis ratificam a orientação para que os moradores das áreas de risco deixem seus imóveis, devido ao solo encharcado por causa das chuvas que caem sobre a capital desde o final de semana e busque locais seguros.
Em caso de dúvidas, os órgãos podem ser acionados por meio dos telefones:
Defesa Civil do Estado de Pernambuco - (81) 3181 2490
Defesa Civil do Recife - 0800 081 3400 / (81) 3355 2115
Defesa Civil de Olinda - 0800 281 2112 / (81) 99266 5307
Defesa Civil de Jaboatão dos Guararapes - (81) 98558 2836
Defesa Civil de Abreu e Lima - (81) 9987366296