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Artistas protestam e criticam cancelamento do espetáculo Abrazo

O espetáculo fazia parte da programação do Caixa Cultural e foi cancelado no final de semana passado

JC Online
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Publicado em 14/09/2019 às 19:09
Foto:Angela Fernanda Belfort
O espetáculo fazia parte da programação do Caixa Cultural e foi cancelado no final de semana passado - FOTO: Foto:Angela Fernanda Belfort
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Pessoas de branco, batuque de maracatu e uma parte da classe artística local estiveram presentes ao protesto, na tarde deste sábado (14), contra o cancelamento pela Caixa Cultural da apresentação do espetáculo Abrazo, do grupo Clowns de Shakespeare (RN).

Eles se concentraram na Praça do Arsenal da Marinha e caminharam até a porta da Caixa Cultural falando, em coro, palavras de ordem como Arte Livre e Censura Nunca Mais. De lá, os manifestantes se dirigiram até o Teatro Apolo, onde ocorreu uma apresentação do espetáculo para 275 pessoas.

Cerca de 50 pessoas voltaram, por que o teatro ficou lotado. O movimento contou com o apoio de várias entidades que representam as artes cênicas em Pernambuco. O Abrazo foi cancelado no final de semana passado, quando o grupo iria fazer a segunda apresentação da montagem no Caixa Cultural.

Ainda no protesto, o grupo parou na frente da porta do Caixa Cultural, onde o ator Paulo Pontes leu uma nota de repúdio ao fato assinado pelo Movimento de Teatro Batendo Peixe na Coxia e com o apoio do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos (Sated-PE), da Federação do Teatro de Pernambuco (Feteape), da Associação dos Produtores de Artes Cênicas de Pernambuco e da Associação de Realizadores de Teatro de Pernambuco (Artepe), além de artistas “de artes cênicas, visuais e da cultura popular”.A nota criticou a falta de clareza da Caixa Cultural que informou ao grupo que tinha ocorrido uma quebra de contrato. “Expressões como ajustes interno e descumprimento contratual são vagos e inaceitáveis num relacionamento com um programa cultural desse porte", disse Paulo Pontes.

O Abrazo foi escolhido para fazer parte da programação da Caixa Cultural por um edital de concorrência.
“A Caixa nos disse que foi descumprida uma cláusula de que não pode falar mal dos patrocinadores. Mas isso não ocorreu nem durante o debate. Seria uma estupidez nossa falar mal de um dos poucos editais que ainda tem no País na área de cultura. O espetáculo é político”, resume um dos fundadores do Clowns de Shakespeare, Fernando Yamamoto. Ele disse também estar feliz porque surgiu um “apoio de pessoas que nem nos conheciam e são daqui”.

PROTESTO

Ainda na frente da Caixa, outros atores discursaram e até pessoas que costumam assistir a programação da Caixa Cultural criticaram o cancelamento do espetáculo. O protesto contou com os batuqueiros das agremiações Brincante Popular e Boi Marinho. Entre os tocadores da primeira, estava o ex-deputado federal Paulo Rubem (PSOL). Uma das deputadas que fazem parte do Juntas, Carol Vergolino (PSOL) estava presente assim como o vereador Ivan Moraes (PSOL).

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