Após uma grande quantidade de óleo atingir a praia de Japaratinga, no vizinho Alagoas, Pernambuco vai reforçar ações preventivas nas praias do Estado. O governo de Pernambuco juntamente com a Capitania dos Portos - Marinha do Brasil, montou um grupo interinstitucional para monitorar manchas de óleo que possam chegar ao Estado. Entre as ações preventivas, está um sobrevoo por todo o Litoral Sul, nesta quinta-feira (17).
“A proximidade de manchas de óleo no limite entre Pernambuco e Alagoas, nos fez redobrar os trabalhos de monitoramento e definir ações preventivas. Por isso, teremos equipes áreas e marítimas para localizar possíveis manchas e iniciar um processo de contenção e retirada desse material antes que chegue às praias pernambucanas. Estamos mobilizando a estrutura do Governo do Estado e unindo forças junto à Marinha para preservar o nosso patrimônio natural”, explicou o secretário de Meio Ambiente e Sustentabilidade, José Bertotti.
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O grupo interinstitucional é formado por representantes das secretarias de Meio Ambiente e Sustentabilidade, Defesa Social, Turismo e Lazer, Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH), Defesa Civil, Porto de Suape, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e reuniu-se nesta quarta-feira (16), na sede da Capitania dos Portos, no Bairro do Recife.
Ações preventivas
Uma vistoria conjunta será realizada, na manhã desta quinta-feira (17), com um helicóptero da SDS, saindo do Agrupamento Tático Aéreo da SDS, no Recife, em direção à divisa com Alagoas. A aeronave percorrerá todo o Litoral Sul pernambucano. A intenção é identificar a existência de pontos de manchas de óleo em deslocamento do litoral alagoano para Pernambuco, uma vez que foram observados resíduos na praia de Japaratinga, em Alagoas. O voo também permitirá que seja analisado se essas plumas estão agregadas ou dispersas. A operação ainda envolve embarcações da Marinha percorrendo a região.
Prefeitura de Ipojuca monta comitê gestor
Ainda nesta quarta-feira (16), a Prefeitura do Ipojuca instalou um Comitê Gestor de Crise, que integra o Comitê Gestor de Crise do Governo do Estado. Compõem o Comitê as Secretarias de Meio Ambiente e Controle Urbano, Turismo, Infraestrutura, Defesa Social, Saúde, Comunicação, Governo e AMTTRANS. "O esforço concentrado e o contato permanente com o Governo do Estado, especialmente com as Secretarias Estaduais de Meio Ambiente e Turismo, com o CPRH, além do Governo Federal através do Ministério do Meio Ambiente, Embratur, Ibama e Marinha do Brasil será importante na troca de informações e definições de ações de contenção mais efetivas”, disse a prefeita Célia Sales
Barreiras de contenção
Durante a reunião dessa quarta-feira (16), foi anunciado que a Marinha, a Petrobras e a Transpetro disponibilizaram barreiras de contenção e de absorção, além de mantas absorventes. Esse material poderá ser usado para isolar as manchas ainda no mar, absorver o óleo e retirá-lo das águas. A Prefeitura de São José da Coroa Grande disponibilizará máquinas e equipamentos necessários para uma possível retirada dos resíduos do barco e posterior transporte dele para um aterro industrial. Além disso, as comunidades de pescadores da região se disponibilizaram a ajudar no monitoramento do litoral.
Manchas de óleo em Alagoas
Na praia de Japaratinga, segundo o Instituto do Meio Ambiente de Alagoas, começou a aparecer uma grande quantidade de óleo após as 19h da terça-feira (15).
Praias atingidas em Pernambuco
•Boa Viagem - Recife
•Praia Del Chifre - Olinda
•Candeias - Jaboatão dos Guararapes
•Piedade - Jaboatão dos Guararapes
•Praias de Gamboa - Ipojuca
•Praia de Nossa Senhora do Ó - Ipojuca
•Porto de Galinhas - Ipojuca
•Pau Amarelo - Paulista
•Conceição - Paulista
•Carneiros - Tamandaré
•Tamandaré - Tamandaré
•Ilha Cocaia - Cabo de Santo Agostinho
•Praia do Paiva - Cabo de Santo Agostinho
•Praia do Forte Orange - Ilha de Itamaracá
•Catuama - Goiana
•Ponta de Pedras - Goiana
Poluição sem precedentes
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, afirmou nesta quarta-feira (16) que as manchas de óleo nas praias do Nordeste são um caso de poluição “sem precedente” no País e de origem ainda desconhecida.
“O problema é que é um caso sem precedentes, e a origem do óleo é desconhecida. Já se sabe que o óleo não é brasileiro, que tem provavelmente origem venezuelana, mas não se sabe como ele vazou para o litoral brasileiro. Isso dificulta, portanto, medidas de contenção. Aquelas medidas de contenção que podem ser pertinentes nos casos de determinado acidente, conhecida a origem, não são necessariamente pertinentes num caso de poluição difusa como estamos vendo aqui”, afirmou o ministro, em Salvador, após sobrevoo no litoral da Bahia. As informações são da Agência Brasil.
Veja o que fazer se encontrar animais com manchas de petróleo
1. Não entre em contato com o óleo. Perigo de alta toxidade! Não tente limpar com sabão, areia, ou qualquer produto químico. Essas substâncias podem disseminar a contaminação do óleo no ambiente e no animal;
2. Não devolva o animal ao mar. Animais encalhados precisam de avaliação clínica especializada. Caso devolvido sem cuidados adequados, o animal poderá encalhar novamente;
3. Isole a área, evite barulho, conversas, e movimentos que possam estressar o animal. Não alimente e nem force a ingestão de líquidos;
4. Proteja o animal do sol (com guarda-sol, panos limpos) e aguarde a chegada da equipe de resgate.
Fonte: PCCB-UERN (Projeto Cetáceos da Costa Branca, da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte)
Se encontrar algum animal nas praias de Pernambuco, entre em contato com a Agência Estadual de Meio Ambiente (CPRH) pelo telefone (81) 3182-8800.
Localidades afetadas
Para saber quais foram as localidades afetadas no Nordeste para clicar aqui.