Em análise pela Aneel, a proposta de mudança no sistema de compensação de créditos da geração distribuída de energia solar pode elevar o tempo de payback do investimento feito pelo consumidor residencial em quase 100% no Recife, segundo o índice Comerc Solar, que avaliou o impacto da mudança em todas as capitais do País.
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Atualmente, nos números da Comerc, o tempo para retorno do investimento feito pelo consumidor residencial em energia solar gira em torno de 3,6 anos na capital pernambucana, mas pode saltar para até 7,3 anos, o que representa a possibilidade de crescimento de 98% em tempo para justificar a aplicação.
"Hoje quase a totalidade dos estados têm retorno em menos de cinco anos, enquanto os equipamentos duram em média 20 anos. Isso pode subir para sete ou oito anos em média", diz o diretor de eficiência e energética e energia solar da Comerc, Marcel Haratz.
Regra atual
Na regra atual da Aneel, quando a compensação de energia se dá na baixa tensão, quem possui geração distribuída deixa de pagar todas as componentes da tarifa de fornecimento sobre a parcela de energia consumida que é compensada pela energia injetada.
Caso a medida seja aprovada, o uso da rede de distribuição e os encargos passariam a ser pagos pelos consumidores que possuem geração distribuída, não impactando mais a tarifa de quem não tem o sistema.
"Tem cinco alternativas sendo discutidas. Na última audiência pública, a Aneel sinalizou o caminho da alternativa de número 5, o que poderá fazer com que quase dobre o tempo de retorno do investimento na maioria dos estados do País", explica Haratz.
No ranking residencial da Comerc, o payback do investimento solar no Recife coloca a cidade na 20 posição dentre 27 capitais. Teresina é o local onde hoje a taxa de retorno é mais rápida, pagando-se em 2,8 anos, quando se trata de baixa tensão (residencial).
Outro ranking, que avalia o payback da média tensão (pequenos comércios e indústrias) , o melhor retorno hoje está em Vitória, com investimento retornando em 4,7 anos. Nesse caso, Recife ocupa o 18° lugar, com retorno de investimento em 6,2 anos. Aplicando-se a mudança regulatória da Aneel, o payback da média tensão em Pernambuco subiria para 7,6 anos.
No caso da média tensão, já não há subsídio pelo uso do fio, e isso implica numa menor variação do tempo de payback. De forma geral, o que a gente espera agora é que a nova resolução, seja como for, venha para ficar, seja de fato uma resolução para sempre e traga estabilidade para o setor", avalia o diretor da Comerc.