Com a alegria e a tradição dos pastoris, o Ciclo Natalino chegou ao fim no Recife nesta segunda-feira (6), Dia de Reis. O Pátio de São Pedro, no bairro de Santo Antônio, foi palco da tradicional Queima da Lapinha, que reuniu centenas de pessoas no Centro do Recife. A cerimônia marca o início de outro período festivo na capital pernambucana: o Carnaval.
Leia Também
O cortejo teve concentração no Pátio do Carmo. De lá, cordões azuis, encarnados e dianas seguiram em cantoria até o Pátio de São Pedro, acompanhadas por Mendes e sua Orquestra. A Queima da Lapinha é uma tradição religiosa que data do século 19. Foi trazida para o Brasil pelos jesuítas para o Brasil e simboliza a manjedoura onde nasceu o Menino Jesus. O andor, feito de folhagens e incensos, queima também pedidos colocados na fogueira para o ano que se inicia.
Nesta edição do evento, participaram os pastoris Estrela Brilhante, Angel de Brasília Teimosa, Giselly Andrade, Campinas Alegre, Tia Mariza, Estrela do Mar, Estrela Guia do Cabo, Rosa Mística dos Torrões, Sonho de uma Adolescente, Viver a Vida e Tia Nininha, os dois últimos voltados para a terceira idade.
SIMBOLISMO
"A Queima da Lapinha é um rito de passagem. Para nós, em Pernambuco, marca o fim do Natal e a abertura do ciclo carnavalesco", explica a historiadora Carmem Lelis, pesquisadora da Secretaria de Cultura do Recife. "No andor que carrega os elementos da manjedoura e é queimado, as pessoas colocam seus pedidos para São José, para que o ano seja de prosperidade", completa.
Há 15 anos, o professor Fábio Soares deposita os seus pedidos na lapinha. Para ele, é o momento de agradecer, mas também de celebrar a cultura pernambucana. "É uma celebração da nossa cultura. Uma festa que começa com pastoril e termina ao som do frevo", afirma.