Tratamento

'Por que a minha vida não merece ser salva?', questiona Débora, vítima de acidente com kart

Jovem afirma que o Grupo Big, ex-Walmart Brasil, teria parado de custear suas despesas médicas

JC Online
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Publicado em 12/01/2020 às 21:49
Foto: Tião Siqueira/ Reprodução TV Jornal
Jovem afirma que o Grupo Big, ex-Walmart Brasil, teria parado de custear suas despesas médicas - FOTO: Foto: Tião Siqueira/ Reprodução TV Jornal
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A jovem Débora Dantas, de 19 anos, que foi escalpelada após sofrer um acidente com kart em agosto de 2019, em Boa Viagem, disse ter sofrido um duro golpe ao saber que o Grupo Big, ex-Walmart Brasil, iria parar de pagar as suas despesas médicas. Débora estava com uma viagem para São Paulo marcada para o dia 6 de janeiro, mas o deslocamento acabou não ocorrendo devido a essa suspensão.

"Eu ainda estou no início do meu tratamento. É uma fase reparatória e, para se ter uma ideia, hoje eu tenho pontos que estão saindo da minha cabeça. E esse tratamento ainda vai levar anos da minha vida. Não é uma coisa que vai se resolver de um dia para o outro. O que mais me deixou abismada foi o desrespeito. É como se as nossas vidas fossem menos importantes do que as deles. Somos seres humanos, nós merecemos o mínimo. Eu estou com o corpo todo retalhado e tentava ver a vida da forma mais plena possível. Eu acredito na humanidade, então para mim isso foi um golpe. Eu quero ser médica, quero salvar vidas, então por que a minha não merece ser salva?", lamentou a jovem, durante entrevista à TV Jornal.

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Segundo o advogado de Débora, Eduardo Barbosa, o Grupo Big teria argumentado que suspenderia o tratamento da garota caso ela não concordasse em isentar a empresa de qualquer responsabilidade sobre o acidente. "A condição para que a empresa continuasse arcando com os custos do tratamento era que Débora renunciasse aos seus claros direitos indenizatórios. Como ela não aceitou, foi cortado o prosseguimento do tratamento. Se falou que ela queria fazer tratamento nos Estados Unidos e que eles não concordam com isso, mas primeiro que a postulação de se tratar onde for é legítima. Ela vai procurar solução para a vida dela onde essa solução estiver. Segundo, o mais grave, é que o tratamento de Ribeirão Preto está a duas horas daqui (Pernambuco) e ainda assim foi interrompido", declarou Barbosa.

Resposta

Durante a tarde, através de nota, o Grupo Big afirmou que, desde o acidente a prioridade da empresa "foi a de prestar toda a assistência para Débora Stefany Oliveira". O comunicado diz, ainda, que a companhia "arcou com todos os custos financeiros do tratamento – centro cirúrgico/hospitalar, equipe médica, medicamentos, além do custeio de passagens aéreas, estadia, refeições, inclusive de acompanhantes de sua escolha" e que, até agora, o tratamento foi realizado no Hospital Especializado de Ribeirão Preto, em São Paulo.

O Grupo Big, afirma, ainda, que recebeu com surpresa as queixas da jovem pois "mantém integralmente o seu compromisso de assumir todas as despesas com o tratamento dela". O comunicado diz, contudo, que a companhia questiona "pedido para que a empresa arque com os custos da sua ida aos Estados Unidos e outras despesas que extrapolam em muito qualquer relação com a questão médica e saúde dela".

Relembre o caso

Na tarde do dia 11 de agosto de 2019, Débora Dantas e Eduardo Tumajan se divertiam em uma pista de kart quando a jovem teve o escalpo arrancado veículo. O casal havia pago R$ 100 para dar 22 voltas na pista, mas, na segunda volta, o cabelo da jovem saiu do capacete e ficou preso ao motor do kart.

No mesmo dia, ela foi levada para o Hospital da Restauração, no bairro do Derby, área central do Recife. No dia 12 de agosto, passou por uma cirurgia para a reconstrução do couro cabeludo. No dia seguinte (13/08), a auxiliar de ensino passou por uma nova cirurgia.

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