Em compasso de espera, a agremiação Mulher do Dia não sabe se vai conseguir desfilar este ano. O grupo aguarda a confirmação dos ofícios que submeteu à Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe) e à Secretaria de Patrimônio e Cultura de Olinda (Sepac). Nos documentos, solicita ajuda para custear a Orquestra e colocar o bloco na rua, como sempre fez, no domingo de Carnaval.
De acordo com Marília Costa, uma das diretoras, a Mulher do Dia depende desse apoio para poder sair em Olinda em 2020. ““Esse ano, infelizmente a gente não conseguiu arcar todos os custos para nem fazer a festa, nem colocá-la na rua”, revelou.
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A agremiação foi procurada pela Sepac a partir de uma publicação publicada nas redes sociais, em que comunicava estar sem recursos para tocar o bloco.
“O secretário João Luís chamou a gente para uma reunião. Lá foi acordado que a prefeitura iria dar a orquestra para o bloco sair. Ele pediu para a gente fazer um ofício, a gente fez, foi protocolado, e estamos esperando a aprovação oficial. Enquanto ela não sai, ainda estamos nessa dizendo que o bloco não vai sair”, disse.
Posteriormente, a vice-governadora Luciana Santos também entrou em contato. “Meu irmão recebeu a ligação de um assessor dela, que se sensibilizou. Ela pediu para que a gente encaminhasse um ofício para Fundarpe. A gente enviou semana retrasada para poder vir uma orquestra no domingo. Estamos aguardando posicionamento”, completou.
No entanto, a expectativa é positiva. ”Se tudo der certo, a boneca vai às ruas sim”, afirmou. A ideia, no entanto, é, diferentemente de outros anos, não fazer uma festa open bar, apenas um coquetel para os íntimos durante a manhã. O cortejo deverá sair por volta das 12h.
Orçamento
Ainda segundo Marília, a agremiação recebe anualmente uma subvenção da prefeitura de cerca de R$ 2 mil. O valor, diz, não seria suficiente para cobrir todos os gastos da boneca. “Só o vestido dela gasta de R$ 2 a 3 mil. A orquestra tem 30 músicos, cada um cobrando de R$ 100 a R$ 120. Tem as passistas, de 15 a 20, cada uma R$ 50. Fora o aluguel do espaço da festa, por volta de R$ 3 mil. Os ingressos do open bar, a R$ 80, tem que pagar as bandas que tocam. Ainda tem segurança, o bonequeiro”, detalha.
Nas outras edições, a agremiação, tocada pela mesma família desde a fundação, arcou com a diferença com o próprio dinheiro. “Esse ano, infelizmente, algumas das pessoas que colaboravam tiveram outros compromissos e não puderam ajudar. Mas é com coração na mão. A gente está arrasado. Temos essa boneca como xodó da família”, lamenta. Fundado oficialmente em 13 de dezembro de 1967, a Mulher do Dia tem 52 anos de idade .
