Ainda é Carnaval

Maestro Forró convida público a reger Orquestra da Bomba do Hemetério

No Encontro 'Todos São Maestros', ocorrido na tarde deste domingo (10), as pessoas puderam assumir o papel de maestros por pelo menos uma música

Luisa Farias
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Publicado em 10/03/2019 às 18:47
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Neste primeiro final de semana após o Carnaval, as ruas da Bomba do Hemetério, Zona Norte do Recife, continuaram no clima da folia de momo e receberam o encontro "Todos São Maestros", promovido pelo Orquestra Popular da Bomba do Hemetério (OPBH) e o Maestro Forró, que convidaram o público para reger a banda. A festa gratuita ocorreu na tarde deste domingo (10) com concentração na sede da OPBH. 

A iniciativa é realizada há 17 anos, sempre no domingo posterior ao carnaval, com concentração às 14h e saída às 15h pelas ruas da comunidade. No repertório da orquestra, músicas autorais e releituras de artistas como Tim Maia, Chico Science e Reginaldo Rossi, além das versões dos frevos que acabam sendo criadas pelos que resolvem se arriscar a reger a orquestra. 

O Maestro Forró, a frente da orquestra, só rege a primeira e a última música. As outras ficam a cargo dos foliões. "Qualquer pessoa, jornalista, varredor, juiz, advogado, todo mundo em geral vem e rege uma música. Então, todos são maestros, confraternizam a orquestra, o maestro e a comunidade. Todos podem reger a orquestra, cada músico rege uma música, o Maestro Forró só rege a primeira e a última, mas cada músico durante o percurso rege uma música, qualquer pessoa, jornalista, varredor, juiz, advogado, todo mundo em geral vem e rege uma música. É uma brincadeira maravilhosa, uma grande confraternização", conta.

A agente de saúde Maria David, de 72 anos, mora há 52 anos na Bomba do Hemetério e é vizinha do Maestro Forró. "Para mim, a animação é Forró e o bloco dele então, nem se compara", afirma Maria. Ela valoriza o fato do maestro permanecer ligado ao bairro, apesar da sua notoriedade. "Ele é uma pessoa que foi nascida e criada aqui. Quando as pessoas sobem (de vida) um pouquinho, já esquecem a comunidade. Ele não, ele continua o mesmo de antes, hoje e sempre. É fora de série, é um amigo indo e voltando", diz orgulhosa. 

Homenagens

O pequeno folião Heitor Sena, de sete anos, vai todo ano fantasiado de Maestro Forró. "Me vesti de Maestro Forró porque eu sou fã dele. O meu apelido é Maestro Forrozinho", conta Heitor, que também fez as vezes de maestro durante a festa. Sua mãe, a professores da Artes Márcia Sena, de 47 anos, conta que desde quando ele tinha um ano de idade, ouve as músicas da Orquestra da Bomba do Hemetério. "Eu e o pai dele colocávamos o DVD da orquestra e ele ficava calmo. Depois ele queria ficar de perna para cima. Quando ele fez dois anos eu fiz uma fantasia. Depois quando ele fez três anos ele ganhou uma fantasia do maestro forró oficial". Segundo ela, através do maestro e da orquestra ela consegue aproximar Heitor da cultura popular. "Porque é muito mais fácil apresentar a cultura para ele partindo da orquestra da Bomba do Hemetério e do Maestro Forró. Eu pude apresentar a Heitor o frevo, apresentar Capiba, Nelson Ferreira, um contexto geral da cultura que tudo partindo do Maestro Forró", conta. 

Nesta ano, a novidade foi a presença do Grupo Percussivo Batuques de Pernambuco, de Olinda, na festa. O grupo homenageou o Maestro Forró no Carnaval de 2019 e se juntou a OPBH para a união entre frevo e maracatu. Um dos integrantes do grupo, Renato Mota, elogiou a interação do público e da orquestra. "A gente primeiro tocou sozinho e depois o maestro Forró interagiu a orquestra com o maracatu. Os metais entravam e a gente bufava. Quando o maestro parou, fizemos umas evoluções das nossas viradas. A gente viu que a interação era bem intensa e o pessoal do bairro brincando demais, foi bem divertido", diz Renato. 

Também marcaram presença na festa o boneco gigante do Maestro Forró, criado pelo artista plástico Silvio Botelho, e também o seu boneco mirim, de autoria do também artista plástico Camarão. 

Presidente do Encontro dos Bonecos Mirins, Camarão faz réplicas menores de bonecos gigantes clássicos da cultura pernambucana, como Maestro Spock, Homem da Meia Noite, Mulher do Dia. O desfile sai todo domingo de Carnaval, em Olinda. A ideia é de poder incluir as crianças na tradição dos bonecos, já que os menores podem ser levados por elas. "Todas as crianças querem carregar bonecos, participar do desfile de bonecos. Hoje eu tenho muitas crianças que começaram comigo e hoje carregam os bonecos gigantes". conta Camarão. 

Luisa Farias/Especial para o JC Imagem
Heitor Sena, de sete anos, fantasiado de Maestro Forró - Luisa Farias/Especial para o JC Imagem
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Grupo Percussivo Batuques de Pernambuco - Divulgação
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Boneco gigante do Maestro Forró - Divulgação
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Renato Mota, integrante do Batuques de Pernambuco - Luisa Farias/Especial para o JC Imagem
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Boneco gigante do Maestro Forró - Divulgação
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Boneco gigante e boneco mirim do Maestro Forró - Divulgação
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Grupo Percussivo Batuques de Pernambuco - Divulgação
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Maria David, de 72 anos, vizinha do Maestro Forró - Luisa Farias/Especial para o JC Imagem
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Grupo Percussivo Batuques de Pernambuco - Luisa Farias/Especial para o JC Imagem

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