A licitação para a contratação de empresas que façam o gerenciamento da rede semafórica e a fiscalização eletrônica das rodovias estaduais de Pernambuco segue sem conclusão. Pela terceira vez, o edital lançado pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER-PE) foi suspenso, segundo determinação do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE) e da Justiça, a partir de denúncias da empresa Serttel/Perkons, que atualmente presta os serviços.
Entre os problemas apontados pela Serttel estão o curto tempo dado pelo DER-PE para as empresas participarem (apenas dois dias), a união, em apenas um edital, dos dois serviços (gerenciamento da rede semafórica e fiscalização eletrônica) e exigências que poucas empresas no Brasil conseguem atender. "Nunca recebemos nenhuma reclamação do DER sobre os nossos serviços. Se a Serttel já está com todos os equipamentos montados, por que pagar mais caro por uma empresa de fora?", declarou Ângelo Leite, presidente da Serttel.
Ele comenta ainda que, caso a Serttel não possa dar continuidade ao serviço, lombadas eletrônicas e semáforos que ficam nas rodovias estaduais terão que ser substituídos pela empresa que vencer a licitação. "Nós não queremos que a licitação privilegie ninguém, nem a Serttel. Queremos que haja competitividade. Uma licitação de R$ 160 milhões, em uma crise como esta, qual o interesse de fazer uma licitação que impede a Serttel, quando eles poderiam economizar?", relata.
Angelo afirma que entre as exigências do DER-PE estão também uma central semafórica com tecnologia e lombadas eletrônicas que façam a medição do peso dos veículos, tecnologias vindas dos Estados Unidos. "Você tem aproximadamente umas 15 empresas de semáforo e 30 de lombada eletrônica e reduz a concorrência para duas de lombadas eletrônicas e uma de semáforo", acrecenta o presidente.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação do DER-PE para falar sobre o caso, mas não obteve resposta.
No início do ano, todos os equipamentos de fiscalização eletrônica das rodovias estaduais de Pernambuco foram desligadas pela Serttel/Perkons devido ao não pagamento do contrato mantido pelo Governo via DER. Além das lombadas, os semáforos ficaram sem manutenção devido a uma dívida que chegava a R$ 6,5 milhões. O caso foi publicado no blog De Olho no Trânsito.