As areias claras e o mar cristalino, que forma piscinas repletas de vida marinha quando a maré baixa, consolidaram Porto de Galinhas, em Ipojuca, Litoral Sul pernambucano, como o principal destino turístico do Estado no verão. Mas chegar ao paraíso não tem sido tarefa fácil para os turistas neste início de 2020. Segundo os visitantes, os engarrafamentos são frequentes nos fins de semana, tanto na PE-060 quanto na pedagiada PE-009, os dois principais acessos ao Litoral Sul.
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O estudante Gabriel Ferreira, 24 anos, até tentou chegar a Porto de Galinhas no último fim de semana. Ele e a família saíram sábado de Enseada dos Corais, no Cabo de Santo Agostinho, no fim da manhã, mas acabaram desistindo no meio do caminho, após ficarem presos no engarrafamento. “Pouco depois do pedágio (na PE-009), começou a tranqueira. De Enseada até Porto é um trajeto de 40 minutos. Ficamos quase 50 minutos somente parados no trânsito. Fizemos a volta e fomos para Calhetas (no Cabo)”, conta.
De acordo com a Rota do Atlântico, concessionária que administra a PE-009, o fluxo de veículos a caminho de Porto de Galinhas e outras praias do Litoral Sul aumentou 35% entre dezembro e janeiro, em relação aos meses anteriores. Por dia, aproximadamente 17 mil veículos circulam pela rodovia pedagiada.
A concessionária também afirmou que realiza parcerias com o Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv) para tentar melhorar a fluidez do trânsito, como o bloqueio do cruzamento de acesso às Praias de Muro Alto e Cupe na chegada de Porto de Galinhas. “A alteração visa evitar que ocorram retenções ocasionadas pelo cruzamento de carros na via”, diz, em nota. A Rota do Atlântico informou ainda que nos fins de semana conta com o auxílio de “papas-filas”, que agilizam o pagamento antes da chegada à cabine do pedágio.
Questionada sobre alternativas para melhorar o trânsito nas rodovias, a Polícia Militar se limitou a responder que “este mês de janeiro o fluxo de veículos aumenta consideravelmente por conta das férias” e que “o comandante do Batalhão de Polícia Rodoviária está ciente da demanda e lança diariamente equipes no local.” Na mesma nota, a PM afirma que reforçará o esforço para tentar dar fluidez ao trânsito.
Uma demanda que é também da prefeitura do município. Em nota, a gestão municipal afirmou que a responsabilidade pelas rodovias de acesso é estadual e, portanto, os agentes de trânsito municipais não podem atuar nas localidades. A prefeitura diz ainda que “conta com a sensibilidade e pede à Polícia Rodoviária um reforço para além do seu posto, que fica na entrada de Muro Alto, neste mês de férias, pois o município recebe milhares de turistas neste período”.
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TRANSTORNO
Não bastasse o sufoco para chegar aos municípios do Litoral Sul, rodar por Ipojuca é outro desafio. “Nunca vi tanta gente em Porto de Galinhas como este ano. A praia está lotada e sair de carro é bem complicado. Fica tudo trancado e é ruim de estacionar. Além disso, o estacionamento custa muito caro”, reclamou a servidora pública Mariana Cirne, 38 anos, que é pernambucana, mas vive há 12 anos em Brasília. A reportagem encontrou estacionamentos a partir de R$ 20 no Centro e no entorno das piscinas naturais.
Em resposta, a Prefeitura de Ipojuca afirmou que o ordenamento do trânsito é feito por agentes nas vias locais e que o trabalho é reforçado nas ruas que dão acesso às praias de Porto de Galinhas.