Violência

Rebelião no Complexo do Curado termina com 2 mortos e 29 feridos

A informação foi divulgada em nota pela Secretaria Executiva de Ressocialização

Do JC Online
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Publicado em 19/01/2015 às 21:17
Foto: Bobby Fabisack
A informação foi divulgada em nota pela Secretaria Executiva de Ressocialização - FOTO: Foto: Bobby Fabisack
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A rebelião iniciada pelos detentos do Complexo Prisional do Curado, na manhã desta segunda-feira (19) foi controlada no fim da tarde. A informação foi divulgada por meio de nota pela Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres). O tumulto terminou com duas mortes e 29 pessoas feridas. Entre os mortos, está o primeiro sargento da Polícia Militar (PM), Carlos Silveira do Carmo, 44 anos. O detento Edvaldo Barros da Silva Filho também foi morto na confusão.

Os 29 feridos já foram atendidos, alguns em unidades de saúde e outros no próprio Complexo. Segundo a Seres, todas as medidas adotadas pelo policiamento foram adequadas para garantir a segurança no local e a integridade física de todos no Complexo Prisional.

O policial foi baleado e levado para atendimento no Hospital Otávio de Freitas, mas não resistiu aos ferimentos. O tiro teria partido de dentro do ASP Marcelo Francisco Araújo (PAMFA), um dos três presídios do complexo. À tarde, o Batalhão de Choque iniciou a revista dos pavilhões.

Em nota, o Governo do Estado prestou solidariedade à família do sargento e anunciou algumas medidas para o sistema prisional ainda em janeiro, entre elas a conclusão e entrega do Complexo Prisional de Tacaimbó, da Cadeia de Santa Cruz do Capibaribe, do Presídio de Itaquitinga e a reforma e ampliação do Cotel e do Complexo Prisional do Curado.

A confusão teve início pela manhã. Os detentos atearam fogo em colchões e o Corpo de Bombeiros foi chamado.

Os detentos das três unidades prisionais do complexo iniciaram um movimento que reivindica maior celeridade no julgamento dos processos. Por causa do protesto, um reforço no número de agentes penitenciários foi solicitado e o Choque foi acionado para conter os confrontos.

O Sindicato dos Agentes e Servidores no Sistema Penitenciário do Estado de Pernambuco (Sindasp-Pe) lamentou o ocorrido e afirmou, em nota, que rebeliões como essa são previsíveis.

"Para o Sindasp-PE, esta tragédia, como muitas outras, revela o total apagão do Sistema Penitenciário em Pernambuco, que merece ser revisto com urgência e presteza. Denunciamos um déficit de pessoal de 4.700 Agentes Penitenciários, péssimas instalações, falta de condições de trabalho e a morosidade no julgamento dos processos dos apenados, principalmente, pela falta de Agentes Penitenciários para as apresentações judiciais e a falta de defensores públicos", diz em nota enviada à imprensa.

"Novamente denunciamos que armas e outros ilícitos estão entrando nos presídios por cima dos muros do complexo, visto que, em média, 60% das guaritas continuam desativadas."

O delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídio, ficará à frente das investigações, segundo nota enviada pela Polícia Civil de Pernambuco.

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