Atualizada às 10h35
A Polícia Civil inícia nesta segunda-feira (6) uma operação padrão com o objetivo de pressionar o Estado por melhores condições de trabalho. A mobilização, denominada Operação Polícia Cidadã e organizada pelo Sindicato dos Policiais Civis em Pernambuco (Sinpol), consiste em seguir rigorosamente os procedimentos previstos na legislação.
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De acordo com o presidente do Sinpol, Áureo Cisneiros, medida fará com que os serviços da polícia atrasem. "Por exemplo, o boletim de ocorrência, para ser registrado, precisa ter a presença de um delegado. Ou seja, sem delegado não tem B.O.", conta Cisneiros. "Outra questão é que um investigador não pode sair sozinho, porque arrisca sua vida, é preciso sair ao menos em dupla", completou o presidente.
O Sinpol disse ainda que está trabalhando com apenas 40% do efetivo. "Várias delegacias estão fechando e tem muitos inquéritos parados por falta de investigadores. As pessoas estão pedindo para sair da polícia", fala o presidente.
Ainda segundo Cisneiros, o aumento da violência seria atribuído ao descaso com que os trabalhadores são tratados. No primeiro trimestre de 2015, 982 pessoas foram assassinadas, uma média de 10,9 por dia. O aumento é de 18,5% quando comparado ao mesmo período do ano passado, quando 154 foram mortos.
A meta de redução da violência, estabelecida pelo Pacto Pela Vida, é de 12%. "A gente quer cumprir as metas, mas se o Estado não der a mínima condição de trabalho, não vai dar para cumprir", protesta.
Os sindicalistas devem apresentar, durante uma coletiva de imprensa, um dossiê sobre o estado físico e de conservação das delegacias e dos Equipamentos de Proteção (EPIs) utilizados pelos policiais civis de Pernambuco.