O governo do Estado mudou a estratégia e reduziu de oito para seis meses o tempo do curso de formação de praças da Polícia Militar. A ideia é abreviar a duração dos módulos – que vão desde aulas de direito, passando por defesa pessoal e práticas de tiro – na tentativa de acelerar medidas para conter os índices de violência. Sexta-feira 1.324 novos alunos participaram de solenidade no Centro de Convenções. A previsão é de que os praças estejam na rua até abril de 2018, de acordo com a Polícia Militar.
Após a formação, os novos policiais serão encaminhados aos locais críticos de segurança em todo o Estado, de acordo com estudos do setor de inteligência da Secretaria de Defesa Social e Polícia Militar, para atender as demandas, como explicou o secretário da pasta, Antônio de Pádua. “A divisão do efetivo é feita de forma pensada, estruturada, para que atenda toda a demanda do Estado. Então, Grande Recife, Agreste e Zona da Mata vão receber de imediato esse reforço. Algumas cidades mais urgentemente do que outras, mas todos os necessitados serão contemplados.”
No evento, o governador Paulo Câmara declarou que, a partir de 2018, concursos para contratação de 500 policiais serão realizados anualmente. “A SDS já está autorizada a fazer concursos anuais, para formar 500 policiais por prova, e suprir assim o quadro que se aposenta a cada ano”, destacou. Questionado sobre o que essa nova turma de alunos representava, afirmou que é mais um enfrentamento à grave questão da segurança pública. “Já formamos cerca de 1.500 alunos na semana passada, e com a formação desses até abril e o novo curso de formação da Polícia Civil, na próxima semana, estaremos cada vez mais preparados para enfrentar o tráfico de drogas, de armas, tudo em conjunto com a sociedade”, explicou.
Dos 1.324 alunos, apenas 117 são mulheres. Ser uma delas é motivo de honra para Liliane Cunha, 29 anos, que esteve no Centro de Convenções ontem. “Estou muito lisonjeada, principalmente por fazer parte do efetivo feminino, tão menor em relação ao masculino, mas onde todos são tratados iguais independente do sexo”, explicou. Para o colega de Liliane nos próximos meses, Jonathan Souza, 23 anos, o sentimento era de felicidade. “Estou muito feliz, pois isso aqui é um sonho, e muita gente acha que é pouco. Espero de verdade ser o que a sociedade espera, pois nós vemos como o Estado está e como precisa de segurança”, contou.
Na próxima semana, a segunda fase começa com a formação dos novos policiais civis. 1.283 aprovados, entre eles delegados, agentes, escrivães e profissionais da Polícia Científica, iniciarão os módulos, que devem durar até 31 de janeiro. “A expectativa é de que esse pessoal já esteja trabalhando nas delegacias em fevereiro. O nosso compromisso é que todo município tenha pelo menos uma equipe de policiais civis atuando, com um delegado, dois agentes e um escrivão trabalhando permanentemente e dando segurança a população”, detalhou Pádua.