Em coletiva de imprensa realizada no início da noite desta segunda-feira (14), o governador Eduardo Campos, o secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, e o procurador-geral do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Aguinaldo Fenelon, anunciaram a criação de uma força-tarefa composta por 50 policiais civis e militares, dois procuradores enviados de Brasília, além de representantes do Ministério Público Estadual e do Ministério Público Federal para investigar o assassinato do promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 37 anos.
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Já foram emitidos, inclusive, mandados de prisão preventiva. "As principais exigências que faço são a integração das instituições envolvidas e resposta rápida. Isso é necessário para que fique claro para todos que em Pernambuco não há impunidade", afirmou o governado Eduardo Campos, que fez questão de deixar clara a sua indignação com o caso.
O secretário de defesa social, Wilson Damázio, explicou que Thiago foi morto com quatro tiros de espingarda calibre 12 e não com 20 disparos, como anunciado anteriormente. Ele disse ainda que toda a SDS está empenhada em encontrar os responsáveis pelo crime. "Toda a estrutura da Secretaria de Defesa Social está à disposição para a elucidação deste fato. É um caso que para nós é um precedente muito perigoso e precisa ser esclarecido o mais rápido possível", disse.
Assista à entrevista do secretário de Defesa Social, Wilson Damázio
CASO - O promotor de Justiça Thiago Faria Soares, 37 anos, foi assassinado a tiros dentro do próprio carro, um Hyundai Vera Cruz de placa KGI-3786, por volta das 9h desta segunda-feira (14), na PE-300, na cidade de Itaíba, Agreste pernambucano.
Segundo Wilson Damázio, Thiago - que estava acompanhado de sua noiva, Mysheva Ferrão Martins e o tio dela, Adautivo Elias Martins, quando foi executado - levou quatro tiros de espingarda calibre 12, todos direcionados à região da cabeça e do pescoço da vítima. A noiva do promotor conseguiu escapar pulando do automóvel ainda em movimento. O tio se salvou se abaixando no banco de trás.
A polícia não revelou qual a linha de investigação que será adotada no caso, mas adiantou que apurações preliminares indicam que o promotor não vinha sendo ameaçado. O corpo de Thiago foi transferido para o Recife onde passará por necropsia. O promotor será sepultado na tarde desta terça-feira (15), na cidade de Águas Belas, também no Agreste. Uma irmã e um tio do promotor vêm do Rio de Janeiro para acompanhar o enterro.
PERFIL - Formado em direito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, Thiago é autor de pelos menos três livros jurídicos. Ele também atuava como professor de cursos preparatórios para concursos e era promotor no Agreste do Estado desde janeiro deste ano. Colegas informaram que Thiago era uma pessoa tranquila e muito querida na região.
Divorciado, o promotor utilizava o nome Thiago Faria Godoy Magalhães em referência ao sobrenome da ex-esposa. Após se separar voltou a assinar Thiago Faria Soares. Com a atual noiva, a vítima estava de casamento marcado para o próximo dia 1º de novembro.