Chicungunha

Lixo também pode abrir caminho para nova doença

Entuhos jogados em quintal e nas ruas se transformam em focos de mosquito

Do JC Online
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Publicado em 12/11/2014 às 6:24
Foto: Guga Matos/ JC Imagem
Entuhos jogados em quintal e nas ruas se transformam em focos de mosquito - FOTO: Foto: Guga Matos/ JC Imagem
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A ameaça da febre chicungunha, transmitida por mosquitos transmissores da dengue, vai exigir dos pernambucanos mais educação ambiental diante das dificuldades ainda reais de abastecimento d’água e furos nas ações municipais de controle de insetos e limpeza urbana. O lixo é adequado à formação de criadouros. Disperso no quintal ou na rua, pode juntar água e ajudar a proliferar o Aedes.

“Tanques e baldes já são focos naturais, em razão da intermitência de água, como a causada pela seca no Sertão ou problemas de abastecimento na região metropolitana. Mas os resíduos sólidos reforçam o problema, aumentando os riscos”, alerta Claudenice Pontes, coordenadora do Combate à dengue e chicungunha em Pernambuco. Um estudo feito este ano pelo Estado apontou que ao menos 20% das prefeituras tinham déficit no número de agentes de endemias.

Um caso de chicungunha importado da República Dominicana foi confirmado mês passado, no Estado. Por enquanto, não há transmissão local da nova doença. Todos os 11 suspeitos registrados neste segundo semestre foram descartados por exames feitos no Laboratório de Saúde Pública (Lacen), embora os pacientes devam ser acompanhados por mais seis meses. Mas o risco de a doença se instalar é real. No Brasil o Ministério da Saúde já contabilizou mais de 800 casos em três diferentes regiões, inclusive no Nordeste (Bahia).

“Eu faço a minha parte. Deixo tudo limpo. Reclamo quando deixam lixo na rua”, conta a dona de casa Gretchen Rodrigues, 62 anos. Ela mora na Rua Frei Cassimiro e não se conforma quando pessoas do bairro deixam sacos de lixo no canteiro nos dias em que não há coleta. No Recife são coletadas por dia 2,5 toneladas de lixo e o que as equipes mais encontram são garrafas pet vazias, justamente as que podem acumular água e virar foco do Aedes aegypti.

“Além do lixo, há quem junte entulhos no quintal, como restos de telhas e madeira e eletrodomésticos sem uso. Sem proteção, transformam-se em criadouros na primeira chuva”, avalia Eudes Coutinho, coordenador do Centro de Vigilância Ambiental de Olinda, onde a estratégia para baixar a infestação dos imóveis para menos de 2% tem sido a ação integrada da saúde com a limpeza urbana. Para quem guarda entulhos no quintal, ele recomenda o uso de uma lona com declive, para evitar que a água da chuva fique empoçada.

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