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Enquanto o Rio de Janeiro já tornou obrigatória a notificação de grávidas com manchas vermelhas na pele (uma das características da zika), o Estado de Pernambuco ainda não finalizou o protocolo de atendimento e acompanhamento de gestantes que apresentem esse sintoma ou daquelas que já tenham recebido, durante um ultrassom, a informação de que o filho apresenta microcefalia. O documento, previsto para ser apresentado na sexta-feira (20), só deve ficar pronto na próxima semana, segundo a Secretaria Estadual de Saúde.
Obstetras e especialistas em medicina fetal que participam das investigações dos novos casos de microcefalia no Estado, já começam a ser orientados sobre a forma como devem planejar ações de cuidado para as gestantes, mães e bebês. “Provavelmente, essas gestantes não passarão por um pré-natal de alto risco caso a microcefalia seja um achado isolado na ultrassonografia, sem a presença de complicações materna ou fetal. Mas as crianças, após o nascimento, continuarão a ser acompanhadas”, frisa a diretora médica do Cisam, Maria Luiza Menezes.
Coordenador de medicina fetal do hospital-maternidade, o médico Pedro Pires ressalta que, em dois meses, já observou cinco casos de microcefalia em ultrassonografia. “É uma situação nova. Ainda não sabemos ainda se essa malformação começa a se instalar, em termos de repercussão do crescimento do crânio, muito cedo ou mais tardiamente na gestação”, salienta Pedro Pires.
Ele acrescenta que, durante o ultrassom, geralmente é possível perceber se o feto apresenta um perímetro cefálico menor do que o esperado para a idade gestacional. “Neste cenário atual de aumento dos casos, observamos que a maioria dos diagnósticos dados tem sido após a 30ª semana de gestação, quando se avança a curva de crescimento do feto. Mas ainda não dá para sabermos se será sempre assim”, explica Pedro.
A recomendação é que todas as gestantes continuem a realizar um pré-natal cuidadoso. O Ministério da Saúde considera seis consultas o número mínimo para uma assistência saudável. Na rede privada, essas visitas ao médico são realizadas com mais frequência.
“De qualquer forma, se manchas vermelhas aparecerem durante a gestação, a mulher deve procurar uma unidade de saúde para orientação. Com o protocolo finalizado, a expectativa é que esse sintoma passe a ser notificado”, ressalta Maria Luiza Menezes. Para as grávidas, ela recomenda a adoção de medidas que possam reduzir a presença de mosquitos transmissores de doenças e o uso de repelentes à base da substância DEET. “As gestantes podem usar aqueles que possuem de 10% a 50% de DEET. Deve-se renovar a aplicação a cada três horas”, finaliza a médica.