Saúde

Zika vírus preocupa Estados Unidos e se espalha pela Europa

Barack Obama pediu pressa nas pesquisas sobre o vírus. Casos da doença já foram registrados em oito países europeus

Da Redação com agências
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Publicado em 28/01/2016 às 8:08
Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem
Barack Obama pediu pressa nas pesquisas sobre o vírus. Casos da doença já foram registrados em oito países europeus - FOTO: Rodrigo Lôbo/Acervo JC Imagem
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O mundo acompanha uma expansão preocupante, inédita e dinâmica do zika vírus, que tem gerado mais incertezas do que respostas entre a comunidade científica e a sociedade em geral. O avanço dos casos de microcefalia e síndromes neurológicas em áreas onde circula o vírus tem levado autoridades internacionais de saúde a desdobrarem esforços para combater um micro-organismo que já circula por 22 países e territórios. Além disso, os Estados Unidos e a Europa têm registrado aparecimento de casos relacionados ao zika, mas afirmam que é pouco provável que ocorra uma transmissão local.

Preocupado com a disseminação do zika, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu pressa nas pesquisas sobre o vírus e orientou sua equipe de saúde a acelerar esforços nas pesquisas para desenvolver vacinas e tratamentos. A missão é conter um agente que nunca havia causado epidemia tão séria como a brasileira, nem mesmo em outros grandes surtos, como aconteceu na pequena ilha de Yap, na Micronésia, em 2007, e na Polinésia Francesa, em 2013, quando houve mais de 8 mil casos suspeitos de zika.

O cenário da Colômbia também tem provocado impacto na saúde pública. Na terça-feira (26), o governo local emitiu alerta referente ao zika, que já infectou 13,8 mil pessoas (incluindo 890 grávidas) no país – o segundo mais atingido, depois do Brasil. Já na Argentina, está sendo investigado o primeiro caso suspeito de zika. Um laboratório local estuda amostras de uma paciente colombiana, segundo relatou ontem o infectologista Eduardo López, do Hospital Ricardo Gutiérrez, em Buenos Aires. “Outra suspeita de zika foi descartada na cidade de Rosário”, informou.

E na Venezuela, médicos exigem que o governo publique as estatísticas sobre o vírus, pois advertem que os números poderiam já estar “assustadoramente altos”. Até agora, o Ministério da Saúde do país, que parou de divulgar dados sobre doenças epidêmicas há um ano, limitou-se em confirmar a presença da doença.

Também ontem a Dinamarca entrou na lista dos países europeus que têm confirmado casos do vírus. "Foi diagnosticada uma infecção de zika em um turista dinamarquês que viajou para a América do Sul e Central", informa um comunicado do Hospital Aarhus. Nos últimos dias, foram diagnosticados vários casos em outros territórios da Europa, como na Inglaterra (3 registros) e Holanda (10). Os quatro registros em Portugal são de pessoas que viajaram ao Brasil, assim como os quatro casos italianos, enquanto os três britânicos estiveram na Colômbia, Suriname e Guiana. Os pacientes suíços são pessoas que visitaram o Haiti e a Colômbia, e os dois registrados na Espanha correspondem a mulheres sul-americanas que estiveram em seus países de origem durante o Natal.

Já a França, embora não tenha detectado doentes em território europeu, contabiliza 45 casos na Guiana e outros nos departamentos caribenhos de Guadalupe e Martinica. Ainda ontem autoridades dos Estados Unidos informaram que um residente de Virgínia, que viajou para fora do país, está com zika. Ele viajou para um país com transmissão do vírus em curso.

Diante desse panorama, o chefe da delegação brasileira nas reuniões da Organização Mundial da Saúde (OMS), Jarbas Barbosa, reuniu-se ontem, em Genebra (Suíça), com representantes do governo americano. O acordo foi de que haveria um compromisso para acelerar trabalhos por uma vacina entre instituições dos Estados Unidos e do Brasil. Um grupo de pesquisadores brasileiros vai à Universidade do Texas na semana que vem. Questionado sobre prazos, Barbosa apontou que o cenário é de três anos até que todos os testes sejam feitos. 

 

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