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Cuidado com o Dr. Google

Profissionais de saúde se adaptam à nova forma de se relacionar com o paciente, mas alerta para informações pouco confiáveis na internet

Vanessa Araújo
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Vanessa Araújo
Publicado em 25/05/2016 às 13:49
Foto: Paloma Amorim/Especial para o JC
Profissionais de saúde se adaptam à nova forma de se relacionar com o paciente, mas alerta para informações pouco confiáveis na internet - FOTO: Foto: Paloma Amorim/Especial para o JC
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Desligue o computador quem nunca pesquisou uma doença na Internet. Jogar no Google um conjunto de sintomas e esperar que surja na frente dos olhos um diagnóstico está cada dia mais comum. E o hábito de se consultar com o “dr. Google” tem gerado dois tipos de situações com as quais os médicos precisam lidar com cada vez mais frequência. Por um lado, os pacientes ficam mais informados e podem conversar sobre as doenças que têm e quais os tratamentos a que serão submetidos. Por outro, fontes não confiáveis podem levar o paciente a agravar seu estado geral de saúde.

Na opinião do urologista do Hospital do Câncer, Leonardo Lima, este é um caminho sem volta, já que o  acesso à internet é cada vez maior para todas as camadas. O médico diz que cabe ao profissional se adaptar à nova forma de se relacionar com o paciente. Quando alguém pesquisa na internet consegue entender melhor o tratamento e conhece melhor a doença que o acomete. “É interessante que ele possa conversar comigo e trazer dúvidas, pois as dúvidas quem tira sou eu”, explica.

O principal risco é quando alguém de depara com sites não confiáveis e não sabe o que pode ou não ser verdadeiro. Lima afirma que importante recomendar fontes de informações que vão ajudar o paciente. No caso da especialidade dele, Lima indica aos pacientes que visitem o site da Sociedade Brasileira de Urologia. Nos casos de câncer de próstata, uma leitura do conteúdo deste site pode ajudar o paciente a se informar e participar das decisões necessárias ao tratamento.

A endocrinologista Bruna Costi lamenta que alguns sites oferecem conteúdo sensacionalista. “O paciente pesquisa o sintoma ou mesmo o significado de um resultado de um exame, e deixa de ir ao médico”, diz. No caso da endocrinologia, que envolve tratamentos para perda de peso, controle de hormônios e diabetes, não confirmar com seus médicos o que descobriu no Google pode ser perigoso. Bruna relata o caso de um paciente diabético que decidiu abandonar a insulina e as medicações orais, passando a ingerir um chá “milagroso”. “Isso pode agravar o quadro e levar os diabéticos ao coma hiperglicêmico”, alerta.

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