Cientistas criam substância bronzeadora que pode evitar câncer de pele

Com a utilização da substância, não há necessidade de exposição aos raios ultravioleta do Sol
AFP
Publicado em 13/06/2017 às 19:09
Com a utilização da substância, não há necessidade de exposição aos raios ultravioleta do Sol Foto: Foto: Reprodução


Após dez anos de esforços, pesquisadores descobriram uma substância capaz de penetrar na pele e bronzeá-la sem a necessidade de exposição aos raios ultravioleta do Sol, reduzindo assim o risco de desenvolver um câncer de pele.

Diferentemente dos cremes autobronzeadores tradicionais, que só colorem a camada superficial da pele, esta molécula age estimulando as células que produzem pigmentos, cujo papel é absorver as radiações ultravioleta, explicam os pesquisadores.

Segundo o estudo publicado nesta terça-feira na revista científica americana Cell Reports, a nova molécula ainda precisa ser submetida a testes pré-clínicos para saber se é segura para os humanos.

Esta substância, aplicada como um creme, permitiu bronzear a epiderme de ratos de pelo vermelho que, assim como os humanos, são suscetíveis a desenvolver um câncer de pele como consequência da exposição aos raios ultravioleta. 

Estas pesquisas derivam de um estudo publicado em 2006 na revista científica Nature que mostrou que outra substância, a forscolina, produzida por uma planta da Índia, pode induzir o bronzeado na pele de ratos sem exposição aos raios ultravioleta.

Os cientistas logo descobriram, porém, que esta molécula não podia penetrar na pele humana. Por não estar protegida por uma camada de pelo espessa, a epiderme humana evoluiu ao longo do tempo para desenvolver proteções contra o frio, o calor e as radiações ultravioleta, entre outros.

"A pele humana é uma barreira formidável, difícil de penetrar", explica o autor principal do estudo, David Fisher, chefe do serviço de dermatologia do hospital americano Massachusetts General e professor da faculdade de medicina de Harvard. 

"Dez anos depois, encontramos uma solução. É uma classe diferente de compostos, que funcionam agindo sobre uma enzima diferente que converge no mesmo caminho que leva à pigmentação", disse.

Os cientistas testaram estas moléculas em amostras de pele humana em laboratório e constataram que elas bronzeiam mais ou menos em função das doses da substância e da frequência das aplicações, e que este bronzeado artificial dura vários dias.

"A importância potencial deste estudo residirá no futuro em uma nova estratégia de proteção da pele e de prevenção do câncer de pele", afirma Fisher.

"A pele é o maior órgão do nosso corpo e pode ser afetada pelo câncer, na maioria dos casos por uma exposição aos raios ultravioleta", conclui.

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