SAÚDE PÚBLICA

Sarampo: tudo que você precisa saber sobre a doença

A doença infecciosa é grave e pode ser fatal. Saiba como se proteger

Cinthya Leite
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Cinthya Leite
Publicado em 03/09/2019 às 10:17
Foto: Leo Motta/JC Imagem
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tualizada às 10h17 do dia 3 de setembro

Doença infecciosa grave que pode ser fatal, o sarampo tem deixado cada vez mais em alerta os especialistas e as autoridades sanitárias de Pernambuco. Nessa segunda-feira (20), o Estado anunciou a investigação da morte de um bebê de 7 meses, morador de Taquaritinga do Norte, no Agreste, por suspeita da doença. No mesmo município, também ontem, foi confirmado mais um caso da enfermidade. O doente é um jovem de 18 anos. Com isso, sobe para cinco o número de pacientes infectados, em Pernambuco, por um vírus altamente contagioso: dois casos no Recife, dois em Caruaru (Agreste) e um em Taquaritinga do Norte, também no Agreste. Todos têm em comum a faixa etária: estão entre 16 e 19 anos – um detalhe que revela o quanto a vacinação, nessa fase da vida, também não deve ser menosprezada.

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Além disso, o Estado investiga outros 130 pacientes que adoeceram com sintomas de sarampo só este ano. Apenas a imunização é capaz de bloquear o adoecimento, as possíveis complicações (como pneumonia, otite média aguda e encefalite aguda) e a morte por sarampo. Os pacientes infectados podem transmitir a doença para 90% das pessoas próximas que não estejam vacinadas. Mesmo disponível gratuitamente nos postos de saúde, as doses em Pernambuco não conseguem alcançar os percentuais de 95% recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em meio a um cenário bastante preocupante, a cobertura vacinal da tríplice viral segue abaixo da meta este ano: 85% na primeira dose (aos 12 meses de vida) e 63% na segunda aplicação (aos 15 meses), considerando a média de todos os municípios pernambucanos. 

Foto: Leo Motta/JC Imagem
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Essa queda na imunização, associada ao surto ativo da doença (ou seja, com crescimento do número de casos confirmados nos últimos 90 dias), acende uma luz vermelha e justifica os motivos para a inquietação dos profissionais e autoridades de saúde. “As condições atuais inspiram cuidado e muita vigilância. Há um percentual grande de crianças que não tomaram a segunda dose da vacina e estão susceptíveis. Outro detalhe é que também suspeitamos que, após os 10 anos, há um número alto de crianças que não estão imunizadas ou que receberam o esquema incompleto, com apenas a primeira aplicação”, alerta o infectologista Paulo Sérgio Ramos, professor da Universidade Federal de Pernambuco e pesquisador da Fiocruz Pernambuco. 

Tríplice viral

Completar o esquema da tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola, é essencial para conferir total proteção. Quando a população está bem vacinada, evita-se criar um verdadeiro exército de pessoas susceptíveis ao adoecimento. Mesmo uma queda aparentemente pequena nas doses de reforço, pode possibilitar surgimento de epidemias. “Nossas equipes estão na busca da identificação das cadeias de transmissão dos casos em Taquaritinga do Norte. Há técnicos no município fazendo buscas e análises. O bebê que foi a óbito, por exemplo, não teve contato com o adolescente com confirmação da doença. E este, por sua vez, não tem ligação com os quatro casos relacionados a pacientes que participaram da excursão para Porto Seguro (BA) entre o fim de junho e início de julho. Trabalhamos para entender onde se deu a transmissão”, frisa a superintendente de Imunização e Doenças Imunopreveníveis da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Ana Catarina de Melo.  

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