Especial Stanislávski

Meierhold foi um discípulo provocador de Stanislávski

O aluno provocava as ideias stanislavskianas e contagiava seu professor, ao ponto de criar uma teoria própria, da biomecânica.

Mateus Araújo
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Mateus Araújo
Publicado em 18/01/2013 às 6:20
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“O sistema de Stanislávski continua a ser um fenômeno vivo, aberto a dúvidas e contestações, um caminho de investigação que leva a novas descobertas”. A frase é da professora russa Elena Vassina, da Universidade de São Paulo (USP), uma das organizadoras do livro Teatro Russo – Literatura e espetáculo. Seu ponto de vista é a melhor maneira de se explicar o recorrente substantivo “oposição” que geralmente é usado quando alguém alinha os nomes de Stanislávski, Brecht e Meierhold.

Meierdold foi aluno do Teatro de Arte de Moscou e listado como um discípulo rebelde de Stanislávski. Novamente a oposição se transformou num sinônimo radical para contestação. Na verdade, para Meierhold, o seu mestre era um gênio. Como aprendiz, balizava sempre suas experimentações a partir das ideias dele. Por outro lado, como está no artigo Stanislávski e Meyerhold, de Tatiana Batchélis, o aluno provocava as ideias stanislavskianas e contagiava seu professor, ao ponto de criar uma teoria própria, da biomecânica.

A diretora da Cia. Teatro Balagan, a baiana Maria Thaís, experimentou de perto a teoria de Meierhold quando esteve, em 1998, na Rússia, para a produção do espetáculo A Ilíada. No Teatro-Escola de Arte Dramática Anatoli Vasiliev, ela assistiu às preparações e colaborou com a montagem. “Stanilávksi que o mundo conhece não é o que a Rússia conhece. Para os russos, não é teoria, é um conhecimento passado de mestre para mestre. É da mesma maneira que um pernambucano conhece o cavalo-marinho”, garante Thaís.

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