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Mostra coletiva 'Mistério do Planeta' abre o ano da Arte Plural

A galeria expõe obras de 15 artistas do seu acervo até o dia 21 de fevereiro

Diogo Guedes
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Diogo Guedes
Publicado em 22/01/2019 às 10:15
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A galeria expõe obras de 15 artistas do seu acervo até o dia 21 de fevereiro - FOTO: JC Imagem
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Na icônica faixa Mistério do Planeta, uma das letras definitivas dos Novos Baianos, a Arte Plural Galeria encontrou o tema para a sua primeira exposição deste ano. Com o mesmo título que a música, a mostra coletiva traz diversas interpretações de como a arte tenta entender e capturar a fluidez da vida. São obras de 15 artistas, com vernissage nesta terça (22/1), a partir das 19h, para convidados – os trabalhos ficam em cartaz até o dia 21 de fevereiro.

Segundo Fernando Neves, criador da galeria, Mistério do Planeta é um recorte do acervo do espaço. Assim, reúne tanto obras de artistas visuais, com pinturas e esculturas, como fotografias – a maioria dos trabalhos é de processos recentes, concluídos nos últimos três anos. Estão lá Rinaldo Silva, Pragana, Dani Acioli, Daaniel Araújo, Roberto Ploeg, Alexandre Severo, Sebastião Pedrosa, Luciano Pinheiro, David Afonso, Gabriel Petribú, Gegê Pedrosa e Gustavo Bettini, entre outros.

Juliana Paes Barretto, gerente da Arte Plural e responsável pela curadoria da mostra, explica que a ideia é trazer nomes novos e artistas consolidados. Alguns estreiam dentro do espaço da galeria do Bairro do Recife, como a fotógrafa Lara Albuquerque e os pintores Manoel Veiga e Ana Vaz. A variedade de técnicas também é uma marca desses olhares: mesmo na pintura, algumas obras utilizam materiais diferentes, como as bulas de remédios pintadas em técnica mista por Dani Acioli e os retalhos de madeira e uma gaveta recriados no traço de Daaniel Araújo.

Pragana traz o afeto quase abstrato na sua tela Carícias Antigas. Na sua interpretação desse mistério, Gegê Pedrosa explora formatos de animais nas suas esculturas, enquanto a fotógrafa Lara Albuquerque traz imagens expressivas em preto e branco. De Alexandre Severo, morto em 2014, a exposição traz uma fotografia de uma árvore que escora pedaços de madeira na luz que começa a anoitecer.

Na parede principal, ao fundo da galeria, estão dois dos quadros mais marcantes da mostra coletiva: Coisas de Minha Cabeça, de Rinaldo Silva, e Múltiplo nº 10, de Ana Vaz. A obra de Ana traz uma geometria calculadamente caótica de casas e prédios, onde também se vislumbra a tímida presença de árvores. A artista recifense, por sinal, já agendou uma individual na galeria para 2020.

NOVO RITMO

“A exposição marca o começo do ano da Arte Plural. Em 2019, vamos começar uma diminuição na frequência de mostras. Estávamos com muitas, e não conseguíamos trabalhar da forma ideal com elas. Às vezes, pessoas vinham visitar uma exposição que já havia terminado. Com temporadas mais longas, podemos trazer discussões com os artistas e outras atividades”, aponta Juliana.

Fernando completa: “Era um ritmo meio frenético. É um pouco decorrência do excesso de bons artistas e poucos espaços expositivos aqui em Pernambuco. Para a gente, era meio difícil manter esse volume”. Se antes a Arte Plural trabalhava representando 42 artistas, a ideia agora é trabalhar com um grupo mais reduzido, de pouco mais de 20 artistas visuais – isso além dos fotógrafos, que fazem parte do Atelier de Impressão. Depois de Mistério do Planeta, a galeria vai trazer uma individual de Raúl Córdula, com curadoria de Joanna D’Arc.

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