Derby

Casa do Derby é inaugurada com exposição em homenagem a Hélio Soares

O espaço contará com uma galeria para exposições, uma escola de artes, uma loja para venda de obras e materiais, além de um café

João Rêgo
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João Rêgo
Publicado em 14/05/2019 às 12:51
Léo Motta/JC Imagem
O espaço contará com uma galeria para exposições, uma escola de artes, uma loja para venda de obras e materiais, além de um café - FOTO: Léo Motta/JC Imagem
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Recife ganhará, nesta quinta (16), um bom espaço para a fomentação da vida artística na cidade. A Casa do Derby será inaugurada às 19h, estreando um ambiente completamente novo, protagonizado pelas artes plásticas e gráficas. Funcionará a partir da sexta (17), de segunda a sábado, das 14h as 20h, com entrada gratuita.

O local abrigará uma galeria de arte, nomeada de Galeria Quadrado; uma escola de pintura e desenho para um público a partir dos 8 anos, a Qubo Escola; um espaço para venda de obras originais, objetos de design e materiais de desenho artístico, a Qubo Loja, além do Cartum Café, na área externa, com vista para o jardim.

A ideia surgiu, segundo a historiadora Tarsila Myrtle – uma das idealizadoras do projeto, do casamento das várias ideias dos seus demais criadores. A própria concepção de hospedar diversos pólos foi um reflexo das convergências entre vocações e interesses de nomes como os cartunistas Ronaldo e Samuca, além de Eduardo Henriques – todos também à frente da iniciativa, que ainda conta com o marchand Roberto Nóbrega.

Eduardo, inclusive, habitou no local durante a sua infância. Proprietário da estrutura, a ideia de revitalizá-la partiu no começo de uma ideia de replicar a arquitetura do passado. No processo, contudo, terminou dando novos caminhos artísticos para a construção.

Foi assim que, junto ao seu primo Ronaldo, teve a ideia de, além de uma galeria, criar um espaço cultural. Samuca foi um convidados para agregar em ideias. “Eu tinha uns projetos engavetados, voltados para as artes gráficas, que precisavam de um espaço físico para acontecer. Quando o Ronaldo me chamou para o projeto, foi uma oportunidade de colocá-los em prática.

Formatei as ideias e coloquei no papel, e a partir disso, fomos agregando mais coisas a galeria” conta o cartunista que também já planeja expandir as artes trabalhadas no espaço. “Futuramente, esperamos agregar música, literatura e poesia. No café, por exemplo, podemos realizar pocket shows e lançamentos de livros. Criar um ambiente que gere um público assíduo”.

Samuca também foi um dos responsáveis pela concepção das oficinas. O foco delas será, segundo ele, direcionado ao ensinamento das artes manuais. “Pretendemos trabalhar com cursos que, na sua maioria, valorizem o trabalho manual”.

Outro ponto que o cartunista destaca é a localização da Casa do Derby em relação ao momento histórico em que ela está sendo inaugurada. “A localidade é bastante simbólica, onde acontece a maioria dos protestos. É o grito da cidade. E nesse momento difícil para cultura no Brasil, a Casa é uma espécie de resgate”.

Nesse ponto, Tarsila é mais incisiva. “Diante do contexto histórico, eu acho que é um marco. Estamos nadando contra a correnteza. Investindo em arte no coração da Região Metropolitana” pontua a historiadora mas ressalta: “somos um projeto em construção”.

A ideia da marca do espaço traduz muito bem isso. Um quadrado em branco que, como conta Samuca, está sempre a espera de novas expressões artísticas para ocupá-lo.

Inauguração

A exposição I Quadrado Internacional de Gravura inaugura a Galeria Quadrado, principal espaço da Casa do Derby, a partir das 19h, desta quinta-feira. O Coletivo Ita-Quatiara também marcará presença oferecendo uma seleção de obras de artistas nacionais e mexicanos que trabalham as várias técnicas da gravura, especialmente a litografia.

A exposição será uma homenagem ao mestre Hélio Soares, uma referência e um dos nomes mais emblemáticos da litografia do Brasil. A curadoria é de Rennat Said, diretor e também um dos fundadores do coletivo.

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