Cearense de Maranguape, desde a juventude Chico Anysio fazia imitações de personalidades, mas deixou sua marca na cultura brasileira atuando em diversas frentes (foi ator, roteirista, escritor, diretor, etc.). Como parte disso, ao longo de 65 anos de carreira, ele construiu um legado de 209 personagens.
Neste 23 de março, dia no qual a morte do humorista completa cinco anos, o JC lembra de dez criações famosas desse grupo, como o icônico Professor Raimundo, interpretado na nova fase da "Escolinha" por um dos filhos de Chico Anysio, Bruno Mazzeo.
Alguns desses personagens aparecem na homenagem preparada pelo Viva para esta quinta-feira (23/3). Às 20h, o canal por assinatura exibe o episódio de estreia da Escolinha do Professor Raimundo. Na sequência, são retomadas mais duas edições do programa: Uma que contou com as participações de Dedé (Manfried Sant'Anna) e Mussum (Antônio Carlos Gomes), dos Trapalhões, e outra que marcou a estreia do personagem Zé Bonitinho (Jorge Loredo).
O outro programa lembrado pelo Viva é o Chico City, com uma edição especial que foi ao ar em 1976 e fazia referência ao humorístico A Praça da Alegria, criado por Manoel de Nóbrega em 1956. Nesse episódio, Chico interpretava o homem que sentava no banco da praça pela qual passavam personagens e convidados: Velha Surda (Rony Rios), Jô Soares, Moacyr Franco, Catifunda (Zilda Cardoso), Cremilda (Consuelo Leandro), Sabichão (Walter D'Ávila) e Mendigo Nobre (Jorge Loredo).
Professor Raimundo
A Escolinha do Professor Raimundo nasceu no rádio e depois migrou para a TV. A primeira aparição do Professor Raimundo em vídeo foi no programa Aí vem D. Isaura (TV Tupi), de Haroldo Barbosa. Ele era o tio nordestino da protagonista, interpretada por Ema D'Ávila. Na "Escolinha" ele representava um professor que dedicou sua vida ao magistério e era mal remunerado, daí um dos bordões do personagem: "E o salário, ó!".
Alberto Roberto
Ator e apresentador de talk show, usava uma rede para prender o cabelo e se considerava um símbolo sexual. Com frequência interrompia os entrevistados enquanto eles falavam e muitas vezes irritava o diretor do programa, Dá Júlia (Lúcio Mauro), por causa do seu estrelismo. "Não garavo!", dizia o personagem.
Bento Carneiro
Um vampiro que não assustava, esse era "Bento Carneiro, vampiro brasileiro… pzztt!". O personagem morava em um castelo junto com o assistente Calunga (Lug de Paula, um dos filhos de Chico, que também deu vida ao famosos Seu Boneco).
Foto: Thiago Prado Neris/Globo/Divulgação
Coalhada
Justo Veríssimo
O político corrupto Justo Veríssimo de Santo Cristo (na foto, com Castor, interpretado pelo filho Nizo Netto) falava frases do tipo "Tenho horror a pobre!" ou "Quero que pobre se exploda".
Foto: Thiago Prado Neris/Globo/Divulgação
Profeta
O profeta Jesuíno usava uma voz grave e pausada para falar. "Podem ficar à vontade", dizia ele.
Bozó
Sérgio Dias Magalhães Marinho sempre dizia que era funcionário da Globo para conseguir entrar em festas e eventos. "Eu trabalho na Globo, tá legal?", afirmava, usando um crachá da empresa. O personagem namorava Maria Angélica (Alcione Mazzeo).
Isac Luz/Globo/Divulgação
Painho
O pai-de-santo Ruy de Todos os Santos era solicitado por muitas celebridades baianas. "Afffe! Eu tô morta!" e "Ai, que dor nos quartos!" são duas das frases que ele mais repetia em suas aparições.
Pantaleão
O fazendeiro aposentado contava histórias mirabolantes em sua cadeira de balanço, na companhia de Tertuliana (Suely May) e de Pedro Bó (Joe Lester). "É mentira, Terta?", indagava ele para a esposa, que nunca denunciava que as histórias eram falsas. "Verdade", respondia Tertuliana.
Fotos: Globo/Divulgação