Valeu a pena esperar pouco mais de um ano para ver a segunda temporada de Sex Education, disponível na Netflix. Em oito episódios, a série britânica adolescente de Laurie Nunn e protagonizada por Asa Butterfield consegue falar de sexualidade encontrando uma linha tênue entre o sentimental e a “sacanagem” propriamente dita.
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No roteiro do segundo ano do seriado, após enfrentar as confusões de abrir uma clínica de saúde sexual para os estudantes da sua escola, Otis (Butterfield) está num relacionamento sério com Ola (Patricia Allison), tentando esquecer os seus sentimentos por Maeve (Emma Mackey) e ter uma vida normal. Mas, quando uma suposta epidemia de clamídia se espalha pelos alunos do colégio, Otis vê-se na obrigação de voltar a aconselhá-los.
A nova leva de episódios abriu espaço para boas histórias paralelas. Além de conhecermos mais o lado sentimental da experiente sexóloga Jean Milburn (Gillian Anderson), mãe de Otis, ao tentar lidar com um relacionamento sério com o humilde Jakob (Mikael Persbrandt), ela ainda se aventura na escola do filho ao levar seus conselhos para os alunos do colégio Moordale, despertando a ira do retrógrado diretor Mr. Groff (Alistair Petrie). Também acompanhamos o jovem Eric (Ncuti Gatwa) vivendo a experiência de seu primeiro romance homoafetivo e se dividir com as descobertas de Adam (Connor Swindells), gerando um triângulo amoroso abordado com sutileza e naturalidade.
Também chama a atenção em Sex Education o crescimento de personagens que na primeira temporada não tinham tanto destaque e ganharam bons arcos dramáticos neste segundo ano. É o caso da “esquisitona” Lily (Tanya Reynolds), que se aproxima de Ola em um momento crucial de sua vida e monta uma “versão ousada” do musical Romeu e Julieta, de Shakespeare, para o colégio; E Aimee (Aimee Lou Wood), que cativa com sua interpretação sempre que entra em cena ao tentar lidar com a realidade de ter sido assediada dentro de um ônibus.
O drama da rebelde Maeve Wiley também se torna mais claro ao entendermos a fonte de sua dor com o retorno de sua mãe Erin (Anne Marie-Duff), que sofre de dependência química, e tenta refazer sua vida ao lado dela e da meia-irmã, a pequena Elsie.
Entre os novos episódios da segunda temporada, vale assistir com atenção o penúltimo, que se destaca pela sensibilidade e sororidade ao abordar um tópico tão sério quanto o assédio sexual.
CONTINUIDADE
A narrativa de Sex Education segue com a fórmula de sucesso de sua primeira temporada: uma trama sem rodeios, explícita e um texto que conversa diretamente com o público adolescente. Ao mesmo tempo, consegue fazer refletir e educar sobre os relacionamentos humanos, sejam eles regados a relação sexual ou não. A terceira temporada, inclusive, já foi confirmada pela plataforma de streaming.
