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J. C. Marçal lança romance inspirado por Shakespeare

Em 'A Tempestade', o universo do texto do bardo inglês começa a interferir na realidade de um professor

JC Online
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Publicado em 06/05/2017 às 6:32
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Em 'A Tempestade', o universo do texto do bardo inglês começa a interferir na realidade de um professor - FOTO: Reprodução
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Um professor de literatura, Isaiah Keller, tem uma tese ousada sobre a obra de William Shakespeare: acredita que todas as suas peças são interconectadas em um esquema mágico e cabalístico que busca alcançar o universo divino. A hipótese é ainda mais audaciosa, porque defende que, por tudo isso, Shakespeare seria de fato uma persona criada por Francis Bacon, como alguns pesquisadores anteriores já tentaram provar sem sucesso.

Keller é o protagonista do romance do escritor pernambucano J. C. Marçal, intitulado A Tempestade. A obra, editada pela Scortecci, foi a vencedora do 1º Concurso Literário Afeigraf, da Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica. O lançamento acontece nesta sábado (6), às 16h, no Sebo Casa Azul, espaço literário criado por Samarone Lima no Sítio Histórico de Olinda, inaugurado em abril.

A TEMPESTADE

A Tempestade pega o título de uma das grandes obras de Shakespeare. Afinal, o professor Keller está se debruçando sobre ele, em uma visita à casa do seu orientador Phillip Wenn. Logo, uma tempestade imensa ilha todos em seus lares - e esse é o começa de várias semelhanças com a trama shakespeariana. “Minha influência nesse livro é HP Lovecraft e Edgar Allan Poe, que são muito místicos, e Stephen King, que escreveu A Tempestade do Século baseado em Shakespeare”, conta J. C. Marçal, que já escreveu títulos como Diário de um Percurso Absurdo e Os Ciclos Tebanos.

Professor de filosofia – ele vai começar a ministrar um curso sobre o tema no Sebo Casa Azul neste mês, paralelo ao curso de leitura de poesia com Samarone –, o autor sempre foi fascinado pelo Renascimento. A partir disso, pegou a velha teoria de que Francis Bacon teria escrito as obras de Shakespeare e uniu com o interesse da época por elementos como a cabala. “Os elementos simbólicos de A Tempestade, assim, começam a aparecer no livro em cenas e sonhos”, explica. “No fim, espero que o livro desperte pessoas para lerem a obra de Shakespeare. Afinal, o que quero lembrar, com ele, é que a literatura é maior invenção humana.”

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