Cada experiência de leitura é única e, mesmo que todos fossem ler o mesmo livro, haveria uma interpretação e uma perspectiva sobre a história própria de cada pessoa. Ler é se deixar entrar num universo, às vezes imaginário, ao se tratar de ficção, ou então muito pessoal, no caso de biografias. Mas e quando ainda se é criança, que a descoberta de uma palavra nova provoca inúmeras perguntas e a imaginação é estimulada a cada virada de página?
Quem nunca se imaginou correndo pelo sítio do Picapau Amarelo, encontrando a mula sem cabeça ou passando uma temporada no planeta B612 com o Pequeno Príncipe? Ler é fundamental em todas as fases etárias, mas especialmente na infância e pré-adolescência. Nesta quinta (12) comemora-se o Dia das Crianças e a data pode ser uma ótima oportunidade para presentear filhos, sobrinhos, afilhados ou irmãos com livros.
Para a psicopedagoga e mestre em psicologia cognitiva Verônica Pereira, a leitura exerce um papel de formação linguística, mas também social. "Crianças e jovens aprendem a lidar com conflitos, a buscar alternativas e soluções para os problemas, a se tornarem mais criativos, pois criam esquemas mentais diferenciados, ajudando-os a se tornarem mais resilientes, e a descobrirem também soluções para a sua própria vida", aponta.
E a leitura começa bem antes do processo de alfabetização. O momento em que os pais sentam com os filhos para abrir um livro e se deixar levar pela história é elementar, segundo Verônica. "É muito importante quando os pais participam desse processo, escolhendo os livros para seus filhos, ou levando-os para escolherem", reforça.
A Bienal Internacional do Livo de Pernambuco, que segue até domingo no Centro de Convenções, estará nesta quinta (12) com programação especial para o Dia das Crianças. A escritora e ilustradora Cecília Calado, o arte-educador Vinicius Viramundos e a autora Mirela Martonelli de Novaes participam com atividades no palco Além das Letras. Haverá ainda contações de histórias e apresentações musicais – principalmente pela manhã.
A cada mês, as prateleiras das livrarias são renovadas com lançamentos infanto-juvenis, mas há sempre espaço para reedições de clássicos que perpassam gerações e continuam a emocionar e ensinar. Mundialmente falando, é possível citar as obras de Jules Verne, Charles Dickens ou até J.K. Rowling, que mesmo tendo lançado o primeiro livro da série Harry Potter há apenas 20 anos, já conquistou um espaço na história do gênero fantástico.
A literatura nacional também engloba muitos títulos clássicos, como Meu Pé de Laranja Lima (José Mauro de Vasconcelos), Reinações de Narizinho (Monteiro Lobato), A Bolsa Amarela (Lygia Bojunga), A Turma da Mônica (Maurício de Souza) ou ainda mais recentemente O Menino Maluquinho (Ziraldo) e Marcelo, Marmelo, Martelo (Ruth Rocha).