Do galo que canta o início do dia até a coruja que vigia o fim da noite, existe todo um percurso de horas e de animais para serem observados. Pelo menos para o músico e poeta garanhuense Alexandre Revoredo, que concebeu o livro Dianimal (Cepe Editora), com 24 poemas e ilustrações sobre os bichos, suas características e hábitos. A obra, que é lançada neste domingo, às 9h, no Museu do Homem do Nordeste, busca dialogar com crianças em fase de alfabetização de uma maneira lúdica e poética.
Quando pensou no projeto do livro, Alexandre tinha composto 40 versos sobre animais. A partir do diálogo com o ilustrador arcoverdense Stuart Marcelo e com o editor da Cepe Wellington de Melo, dividiu o livro em dois turnos, com 12 textos cada. Estão lá jacarés, raposas, preguiças, papagaios e tamanduás, por exemplo.
Leia Também
Além disso, o livro foge do formato tradicional. Os poemas são contados em cartões soltos, que podem ser usados como jogo da memória e até quebra-cabeça. “Foi Wellington que deu essa outra configuração para obra, para que ela ficasse como uma brincadeira. O livro é fruto desse encontro do conceito inicial com Stuart e ele”, aponta Alexandre.
No seu ofício de músico, o poeta já vinha trabalhando com contação de histórias. “Assim, ficou mais natural escrever para crianças. O livro traz poesia metrificada, com quadrinhas e dois hai-kais. Quero fazer uma trilogia com ele, já estou criando o segundo”, revela o autor. No lançamento de Dianimais, ele vai contar a história da obra e mostrar algumas músicas que compôs através do livro. Para o ano que vem, prepara um disco, intitulado provisoriamente de Busca.
LIVROS INFANTIS
Dianimais é o 46º livro infantil ou infantojuvenil publicado pela Cepe Editora neste ano. Até o final de 2018, a editora deve ultrapassar a marca de 50 títulos publicados voltados para crianças de diversas idades. “A Cepe vem valorizando o seu catálogo infantil e infantojuvenil. É também sintomático que muitas pessoas releguem a literatura para crianças a um papel menor, como se fosse uma produção de menos qualidade. É o mesmo que acontece com a educação nos anos iniciais. Na verdade, essas etapas são as mais importantes na formação de leitores”, comenta Wellington.
Para ele, as crianças talvez sejam os leitores mais exigentes. No caso de Dianimais, ele diz que a ideia foi criar um livro lúdico, que desconstrói o formato dos livros. “Foi pensado nos mínimos detalhes para o público entre 5 e 7 anos. As letras, por exemplo, são todas em caixa alta, porque as crianças dessa idade ainda não diferenciam maiúsculas e minúsculas. O papel é mais duro e resistente para os leitores poderem manipular”, continua.
Além disso, Wellington comenta que a ideia é investir na diversidade de autoras, temáticas, formatos e gêneros textuais na literatura infantil e juvenil. Com esse reforço no catálogo e com o Prêmio Cepe de Literatura Infantil, a editora tem ficado atenta ao editais públicos, que escolhem livros para serem distribuídos para escolas e bibliotecas. “Estamos com uma pessoa no departamento pessoal que vai ficar responsável só por esses processos”, adianta. Além disso, a ideia é criar também uma feira literária voltada apenas para o público infantil.
