Pancadaria sonora no Matanza Fest

Bandas fizeram bons shows e público correspondeu à altura
AD Luna
Publicado em 21/01/2013 às 0:22


Como já era de se esperar, o Matanza Fest foi um show de pancadaria. Pancadaria sonora,claro. Organizado pela banda carioca que dá nome ao evento, o festival itinerante aconteceu sábado no aprazível Catamaran, no Bairro do Recife, e reuniu mais quatro bandas locais.

Vencedora de uma disputa realizada via Facebook, a banda de Toritama Delta 7abriu a noite. Em seguida, veio a Vocífera. O quinteto feminino é uma das mais interessantes revelações da cena musical recifense. Demonstrando segurança e personalidade, as meninas apresentam um bom cruzamento entre o thrash e o death metal. A vocalista Ângela Metal impressiona com seus cantos guturais, carisma e desenvoltura de palco. Um ponto a se destacar é a questão da timbragem dos instrumentos, especialmente das guitarras. Muitas vezes negligenciada por outras bandas, as moças do Vocífera parecem ter plena consciência da importância desse detalhe. Os ouvidos agradecem. Ainda com poucas apresentações no currículo, o grupo deve crescer muito à medida que surjam mais oportunidades. 

Preparando-se para as gravações do novo disco, que começam em abril, a veterana Cruor empolgou boa parte do bom público que compareceu ao local. O repertório curto, mas bem montando e certeiro, sem aquelas pausas longas entre uma música e outra, que para estragam o andamento de diversas apresentações. Durante quase toda a performance de Wilfred (vocal), Túlio (guitarra), Jairo (baixo) e Bacalhau (bateria), a rapaziada não parava de agitar, levantar os braços e interagir ferozmente com o quarteto de 25 anos de carreira. Algumas composições inéditas foram colocadas à prova. Aparentemente, parecem ter passado no teste.

O Fourpigs também não deixou por menos. Capazes de usar como matéria-prima para suas letras bem-humoradas até o "barato" causado por uma endoscopia, o quarteto agradou com sua mistura de rock´n´roll clássico, punk e hardcore. Rolou até um cover dos australianos do AC/DC, Whole lotta Rosie, que foi recebida com bastante apreciação pela plateia.

Com o jogo ganho, o Matanza cumpriu a promessa de dar o sangue no Recife e fez uma apresentação praticamente impecável. A grande maioria das músicas da banda comandada pelo vocalista Jimmy London era cantada com grande vigor pelos camisas pretas. Inclusive, entre eles havia número relevante de mulheres, algo impensável em shows de rock pesado no Recife há alguns anos. O repertório girou em torno de músicas do recente Thunder dope e de hits do universo da banda. 

Um dos pontos positivos do Matanza Fest foram as rápidas trocas de equipamentos entre os grupos participantes. E quem vendeu bebidas no evento deve ter ficado feliz. A fila da cerveja estava sempre em movimento. Fãs de metal e/ou hardcore são uma máquina de consumir cerveja em grandes quantidades.
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