No último dia 24 de janeiro, o Rouge anunciou em suas redes sociais o segundo ponto final do grupo. Após uma volta barulhenta que garantiu alguns shows pelo País e um (re)começo em outubro de 2017, a empreitada foi precocemente interrompida por motivos que nunca serão esclarecidos de fato. Mesmo assim, o fim da girlband deixou aos saudosos fãs que acompanham a história de Aline Wirley, Fantine Thó, Karin Hils, Li Martins e Lu Andrade desde 2002 algumas novidades “póstumas”. Uma delas foi lançada nas plataformas digitais na última sexta-feira (1), que foi o disco Les 5inq (Sony Music, 2019).
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Poderíamos dizer que o álbum é de inéditas se não fosse o fato de que metade dele (cinco músicas) foi lançado em formato de EP ano passado intitulado 5 (Sony Music, 2018). Les 5inq chega, então, como uma conclusão do trabalho com mais cinco faixas novas. O diferencial é que as canções que completam o projeto, na verdade, são solos. Uma de cada integrante.
Assim como o EP 5, Les 5inq teve a produção musical da Head Media (liderado por Marcelinho Ferraz e Pedro Dash), com colaborações de outros produtores em algumas faixas.
O disco abre com a solar Solo Tu que já constava no EP 5. A canção deu origem ao último clipe inédito do Rouge, com clima praiano, lançado uma semana antes do anúncio do novo hiato do grupo.
Em seguida, surge Good Vibes, a primeira inédita do disco. O solo de Li Martins tem a pegada pop característica do grupo, mas não é um ponto forte do álbum. Para compensar o tropeço, a conhecida faixa Beijo na Boca, com participação de Vitão, melhora o astral do disco e onde Li, inclusive, tem uma performance vocal mais marcante.
A segunda canção nova do Les 5inq provoca o sentimento de pena pelo disco não ter um trabalho de divulgação: Não é Não, o solo de Karin Hils, tinha vocação para ser um dos hits do Carnaval deste ano. Com uma letra empoderada e uma leve pegada de suingueira baiana, bastava apenas uma coreografia chiclete para cair no gosto do público.
Sem Temer, do EP 5, dá sequência ao álbum e logo abre espaço para o solo de Aline Wirley em Juntinho. Com todo o potencial vocal que a cantora tem, a faixa pop sensual com arranjos mais eletrônicos, infelizmente, não fica à altura da artista.
Na sétima faixa, Lu Andrade traz o solo Sou Mais Eu. A música calcada no reggaeton tem um ótimo refrão, mas a letra em si não favorece muito, com palavras que prejudicam o andamento da canção. Compensando mais esse tropeço, vem a ótima Te Ligo Depois, do EP 5, onde a harmonia vocal das meninas se destaca positivamente.
DESFECHO
Ficou a cargo de Fantine Thó a última inédita do Les 5inq. Seguindo a premissa popular de que o “melhor fica por último”, a balada Como Se Fosse a Primeira Vez é outro achado do disco. A interpretação de Fantine surpreende pela leveza e intensidade ao mesmo tempo. Não à toa, foi a faixa mais ouvida no dia do lançamento nas plataformas digitais.
Encerrando o disco em clima de despedida, o hit Dona da Minha Vida reforça o legado de empoderamento que elas encabeçaram nesse retorno, que durou tão pouco. E é por isso que o curto Les 5inq, de apenas 28 minutos e 10 faixas, assim como o abrupto hiato anunciado, deixa o sentimento de “quero mais” no ar.