Lançamento

Ivete Sangalo canta de tudo um pouco no 'Live Experience'

Cantora baiana mostra versatilidade musical em seu novo projeto, gravado ao vivo em São Paulo

Robson Gomes
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Robson Gomes
Publicado em 17/04/2019 às 5:00
Foto: Universal Music/Divulgação
Cantora baiana mostra versatilidade musical em seu novo projeto, gravado ao vivo em São Paulo - FOTO: Foto: Universal Music/Divulgação
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Com 18 anos de idade, a jovem Ivete Maria Dias de Sangalo iniciou sua carreira musical cantando num barzinho em Salvador. O que aconteceu dali para frente, todo mundo sabe. Mas se Ivete Sangalo não fosse a cantora (e o mito) que todos conhecem hoje, aos 46 anos e 25 de uma carreira de sucesso, ela seria uma ótima cantora de baile. A prova disso está no seu mais recente trabalho, Live Experience (Universal Music, 2019), lançado na última sexta-feira (12) nas plataformas digitais.

Gravado ao vivo no Allianz Parque, em São Paulo, em dezembro do ano passado para 45 mil pessoas, Ivete entregou ao seu público um álbum robusto de 30 faixas e aproximadamente 1h45 de duração. Com direção musical de Radamés Venâncio e da própria Veveta, o disco é cuidadosamente dividido em blocos musicais, que passeiam por vários ritmos, mostrando – como se ainda precisasse – a versatilidade da baiana como intérprete. Temperando tudo isso, o trabalho ainda conta com várias participações especiais.

O primeiro momento traz a Ivete que todos conhecem: a cantora de axé que faz uma multidão tirar o pé do chão. Para isso, ela abre com Essa Distância, do disco de estúdio Real Fantasia (2012). Parecendo inédita para a maioria, a música mostra algo que ditou bastante no repertório desse projeto, segundo a cantora: a vontade de seus fãs. (“Zamuris”, para os mais íntimos).

Seguindo com hits consolidados como Abalou e Tempo de Alegria, a primeira inédita do bloco vem com Teleguiado, que foi testada e aprovada no último Carnaval, sendo uma das músicas mais executadas meses atrás e lançada horas depois da gravação oficial, ainda em 2018.

Após Cadê Dalila?, a surpresa vem com Nabucodonosor, uma canção de 1995, quando Ivete ainda estava na Banda Eva, inserida mais uma vez, a pedido de seus “zamuris”. O refrão chiclete vai agitar bastante os próximos shows da cantora daqui em diante.

O bloco é encerrado com uma primeira participação especial: a de Léo Santana em Mainha Gosta Assim. A canção puxada para a suingueira, bem ao estilo do convidado, é outra que nasceu com cara de hit.

O segundo momento se explora a vibe latina de Ivete através da sequência Cheguei Pra Te Amar, a ótima lado B Delira na Guajira e a inédita Doces Lábios. Fechando este momento, ela traz O Doce, que fez sucesso em seu Acústico em Trancoso (2016).

O axé music raiz volta ao repertório com seu cover de Margarida Perfumada, da Timbalada, e o hit Céu da Boca. Diminuindo o pouco o ritmo dos batuques, chega a inédita Gota No Oceano, em parceria com Ferrugem, com uma letra mais romântica.

A sequência de inéditas vem com o samba reggae Meu Peito Dispara, da qual Ivete é uma das autoras, e um dos duetos mais esperados da música brasileira: Lambada (Corpo Molinho), junto com Claudia Leitte.

Ivete começa sair de sua zona de conforto ao promover uma volta ao tempo trazendo os sucessos Gostava Tanto de Você, de Tim Maia, e Além do Horizonte, de Roberto Carlos. Desses resgates, talvez a menos impactante tenha sido Frisson, de Tunai, que embora seja romântica, esfria o clima de festa a qual o disco se propõe.

Em contrapartida, outro bloco interessante foi o seu flerte com o arrocha e o sertanejo. É Por Isso Que a Gente Combina e o dueto O Nosso Amor Venceu, com Marília Mendonça, mostrou uma Ivete antenada ao que o público anda consumindo hoje em dia. O romantismo desse momento é fechada com Um Sinal, lançada ano passado junto com a banda Melim.

Após o descartável dueto com Alejandro Sánz em Quisiera Ser, a cantora chega ao seu bloco final trazendo as arrasta-quarteirões No Groove, Pra Frente e o hit atemporal Levada Louca, fechando o álbum.

Diante de todo esse vasto repertório, ficou claro que Ivete Sangalo queria promover uma “experiência musical” ao explorar vários estilos num disco só. Quem ganha com isso é, de fato, o seu público, que tem um álbum para animar qualquer festa devido a este ecletismo, como uma boa banda de baile sabe fazer, e do jeito que Ivete fazia em seu início de carreira.

EM TEMPO

A versão física em CD e DVD do Live Experience tem previsão de lançamento para o dia 27 de maio. Dias antes, o público de Pernambuco verá Ivete Sangalo trazendo as novidades deste trabalho já no dia 18 do mesmo mês, quando a cantora se apresenta no Classic Hall, que também traz o show de Claudia Leitte na mesma noite.

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