Lançamento

Madimboo flexiona limites em 'Flertar é Humano'

Trio pernambucano lança o disco nesta sexta (16), com show no Baile Perfumado, às 21h

João Rêgo
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João Rêgo
Publicado em 16/08/2019 às 15:33
Foto: Pedro Escobar/Divulgação
Trio pernambucano lança o disco nesta sexta (16), com show no Baile Perfumado, às 21h - FOTO: Foto: Pedro Escobar/Divulgação
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Música eletrônica, regional, ou pop? Mesmo transitando entre ruídos familiares, é impossível enclausurar numa única característica o som do grupo pernambucano Madimboo. Criado há cinco anos por músicos da banda do cantor Johnny Hooker, o trio turvou as fronteiras entre gêneros, passado e futuro, com seu primeiro álbum Flertar é Humano, já disponível nas plataformas digitais.

Flertar é Humano é como se fosse um bebê tocando nas coisas pela primeira vez. No primeiro momento, ele pode sentir até que algumas delas soem familiares mas, simultaneamente, é como se fosse um encontro entre o passado e o futuro. O flerte está nessa memória musical trazida que, ao mesmo tempo, propõe novidades. Por exemplo, o disco traz várias camadas; tem momentos mais explosivos de dança, uns frevos anarquistas, uns reggaes, e momentos mais intimistas”, explica Artur Dantas, compositor das faixas no álbum.

Sintetizar todas essas referências e gêneros musicais no processo do disco não foi um trabalho fácil. Até por ter sido uma empreitada complexa, o resultado não poderia ser diferente de algo único no que se propõe a fazer. Em 11 faixas, a Madimboo consegue, como poucos, se afastar da nostalgia como um artifício artístico. A memória afetiva que circunda as canções se tornam base para o novo da construção autoral dos seus integrantes, num casamento não ortodoxo entre ritmos e gêneros musicais, do passado e do presente.

“Em 2019 parece com os retrocessos conservadores ao redor do mundo, a música e o cinema estão investindo numa volta ao anos 90 – imaginar que estamos vivendo ali. Só você ver a quantidade de remakes e refilmagens que tentam deixar claro que não tem mais caminho, só nos restando simular o passado. E o disco vindo nesse momento é bem interessante, porque ele parte de uma força contrária. As referências que trazemos na música, por exemplo, estão em um ambiente sonoro que não está ligado a nenhum outro. É algo novo a partir disso”.

Dentro dessa proposta, conta Artur, a produção do disco também seguiu o mesmo processo intuitivo. “Fomos descobrindo quais os espaços a gente poderia ocupar de forma mais natural”.

Uma das composições, por exemplo, teve seu processo de criação todo dentro do estúdio. “A última música que entrou para o álbum de última hora, Moqueca da Meia-noite, surgiu de uma viagem que marcou muito a gente; quando conhecemos o Caetano Veloso e conversamos sobre, entre várias coisas, de outra composição do álbum intitulada com o nome dele”.

Gravado entre dezembro de 2018 a maio de 2019, no Recife, Flertar é Humano ainda conta diversas participações especiais. Entre elas, nomes como a cantora Natália Meira, Johnny Hooker (com quem os integrantes possuem uma longa relação), Catarina Dee Jah, Feiticeiro Julião e Alan Amezon.

SHOW

A Madimboo lança Flertar é Humano hoje no Recife, às 21h, no Baile Perfumado. Em evento promovido pela Life’'s Too Short, se apresentam também na noite a cantora Aninha Martins e a banda Dunas do Barato.

O show do trio pernambucano promete honrar a complexidade sonora do disco. Entre momentos intimistas e dançantes, a banda também trará convidados especiais como Catarina Dee Jah, Feiticeiro Julião, Johnny Hooker e Natália Meira.

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