“Esse é um filme muito vivo”, diz a cineasta Mariana Brennand Fortes. Como sugere o seu sobrenome, a diretora apresenta o documentário sobre um artista plural (pintor, escultor, ceramista e desenhista) – e bem vivo – aos 85 anos, trabalha de domingo a domingo na Oficina que leva seu nome, na Várzea, e abriga mais de três mil peças de sua autoria. O longa Francisco Brennand tem pré-estreia nesta terça (12), no Cinema São Luiz, às 21h.
O filme estreia oficialmente dia 22, no Cinema da Fundação. A noite de hoje é um mimo a mais na comemoração do aniversário do Recife e de Olinda. “A gente superaceitou porque o intuito do filme é trazer um Brennand mais próximo. As pessoas têm contato com as obras, mas não com o artista”, conta Mariana. “Hoje, o dia vai ser uma grande celebração e uma homenagem a Brennand”.
Conhecido por ser um artista recluso, no filme Brennand abre as portas da Oficina e de sua vida. O roteiro é baseado nos diários que o artista se dedicou a escrever desde os 22 anos, confessando pensamentos, pretensões, obras e sonhos.
Os escritos fazem parte da última etapa do projeto que Mariana encabeçou sobre seu tio-avô, e serão publicados em quatro volumes.
Há mais de quatro décadas, Brennand dedicou-se a transformar a velha olaria herdada do seu pai em um oficina monumental. Desde então, um rico acervo sobre as obras e o local registram a história do incansável artista. Além do resgate desse acervo, Mariana pretende desvendar os vários braços de Brennand, através dos próprios olhos do tio-avô, o que faz o filme ser a reunião de várias fases e faces.
“No filme, temos a sensação de estar ali presentes, acompanhando o dia a dia dele. Tivemos um trabalho de montagem muito especial. São muitos Brennands, muitos fragmentos”, diz. “É o resultado de um longo projeto que começou em 2002, a partir da obra de um artista tão importante, de reconhecimento internacional, de obra grandiosa e muito rica”. completa.