humor

Charlie Hebdo publicará número especial com tiragem de quase um milhão de exemplares

Edição terá caricaturas de Charb, Honoré, Cabu, Wolinski, Tignous, os cartunistas assassinados

Marcelo Pereira Marcelo Pereira
Cadastrado por
Marcelo Pereira
Marcelo Pereira
Publicado em 30/12/2015 às 22:11
AFP
Edição terá caricaturas de Charb, Honoré, Cabu, Wolinski, Tignous, os cartunistas assassinados - FOTO: AFP
Leitura:

PARIS - Quase ano depois dos atentados que dizimaram sua redação em Paris, no dia 7 de janeiro, o semanário satírico francês Charlie Hebdo publicará no dia 6 um número especial, com uma tiragem de quase um milhão de exemplares, informou nesta quarta-feira sua direção.

Este número duplo - 32 páginas em vez de 16 - vendido ao preço habitual de 3 euros, contará com um caderno de caricaturas de Charb, Honoré, Cabu, Wolinski, Tignous, os cartunistas assassinados em 7 de janeiro por dois extremistas, e com desenhos atuais e mensagens apoio de personalidades.

Um total de 110 jornalistas foram mortos em todo o mundo em 2015, informou a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) nesta terça-feira, destacando que a maioria foi vitimada por causa de seu trabalho em países supostamente pacíficos. 
A lista dos países mais perigosos para os jornalistas em 2015 é liderada pelo Iraque (11 assassinados) e Síria (10), seguidos pela França, com oito mortos, ocupando o terceiro lugar por causa do ataque contra a revista satírica Charlie Hebdo há quase um ano. 

Sessenta e sete jornalistas foram mortos enquanto trabalhavam e outros 43 morreram em circunstâncias ainda não determinadas, segundo o grupo em seu relatório anual. Mais 27 cidadãos que atuavam como jornalistas não profissionais e 7 funcionários de outras mídias também foram mortos
Em 2014, dois terços dos jornalistas foram mortos em zonas de guerra, mas em 2015, ocorreu o exato oposto: dois terços foram mortos em países supostamente pacíficos, sem ocorrência de conflitos. Com oito jornalistas assassinados em 2015, o México foi o país da América Latina mais perigoso para a profissão, onde foram registrados 67 profissionais da informação mortos. 
 
"Esta preocupante situação pode ser imputada à uma violência deliberada contra os jornalistas e coloca em evidência o fracasso das iniciativas destinadas a protegê-los", afirma a organização. 

A RSF lista os "abusos que marcaram o ano", a começar pelo atentado em 7 de janeiro contra a Charlie Hebdo, mas também o assassinato "encenado" pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI) do jornalista japonês Kenji Goto, em 31 de janeiro.

Últimas notícias