Há oito anos Michael Jackson está morto. Seus últimos anos de vida foram de turbulência, constrangimentos e bizarrices. A Sony Music e o espólio do cantor devem ter achado pouco, e lançaram hoje, 29 de setembro, um álbum chamado Scream, uma coletânea com canções pinçadas da discografia solo e com os Jacksons. Scream, supostamente, pretende-se um disco para o Halloween, comemorado no dia 31 de outubro, que antecede o Dia de Todos os Santos. Lançado com tanta antecedência, no Brasil, o disco ganha outras conotações. Está mais para o Dia das Crianças.
Brincadeiras à parte, Scream é um álbum conceitual, mas de conceito forçado. Uma compilação de canções que têm o horror como tema. mas não é bem assim. Scream, que lhe dá título saiu originalmente num single (com Childhood no lado B), e no álbum HIStory: Past, Present & Future — Book (1995). O grito (Scream) não é de medo, mas de ira de Michael Jackson (que canta com a irmã Janet), contra a imprensa marrom que não o deixava em paz.
Que têm a ver com o conceito de Scream, só Thriller, Ghosts (de um media metragem feito em colaboração com Stephen King), Threatened (de Invicible, 2001), Torture (com os Jacksons), Somebody’s Watching Me (originalmente de Rockwell, que a lançou, pela Motown, em 1984). Porém, mesmo que o repertório inteiro fosse realmente canções para assustar, ainda assim não passaria de uma coletânea, sem novidades.
O que tem de, mais ou menos, novo, em Scream, é a faixa final Blood on the Dance Floor x Dangerous (The White Panda Mash-Up), remix de faixas no álbum. A versão em vinil brilha no escuro, são oferecidos mais outros penduricalhos digitais, que devem interessar a adolescentes (se é que eles sabem quem é Michael Jackson), e fã de carteirinha do Rei do Pop