Épico ao ar livre

52ª edição da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém começa sábado (13)

Com Juliano Cazarré no papel de Jesus, espetáculo mantém tradição

Márcio Bastos
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Márcio Bastos
Publicado em 12/04/2019 às 13:42
Felipe Souto Maior/Divulgação
Com Juliano Cazarré no papel de Jesus, espetáculo mantém tradição - FOTO: Felipe Souto Maior/Divulgação
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A Paixão de Cristo de Nova Jerusalém chega à 52ª edição sábado (13), às 18h, consolidada como um dos mais importantes espetáculos ao ar livre do mundo. Na sexta-feira (12), porém, a superprodução, que desde sua primeira edição já foi vista por mais de 3,8 milhões de pessoas, ganha uma pré-estreia para convidados e, novamente, reúne no elenco principal nomes conhecidos da teledramaturgia nacional, como Juliano Cazarré, que interpreta Jesus.

Todos os elementos relacionados à encenação de Nova Jerusalém são superlativos. A cidade-teatro idealizada por Plínio Pacheco e inaugurada em 1968 é o maior teatro ao ar livre do planeta, com cerca de 100 mil metros quadrados. Em seu interior, nove palcos ajudam a reconstruir os últimos momentos de Cristo, do Sermão da Montanha à ascensão aos céus.

Apesar da temática, a produção ressalta que o espetáculo não tem caráter religioso ou evangelizador. Nas mãos dos diretores Carlos Reis e Lúcio Lombardi, apresenta-se antes de tudo como uma experiência de imersão que dura cerca de três horas em uma das histórias mais conhecidas da humanidade.

“Temos uma narrativa clara, bastante compreensível, sem, contudo, cair no didatismo. A vasta experiência do diretor e das equipes de criação não deixa a grandiloquência nos levar à caricatura. Ao contrário, nossa história é conduzida pela emoção”, elogia Gabriel Braga Nunes, que vive Pilatos na montagem.

EMOÇÃO

De fato, o impacto que a encenação causa não é sentido só pelo público, mas também pelos artistas que participam do trabalho.

“Acho que o espetáculo tem a dimensão do tamanho da fé das pessoas, que é muito grande. O público é levado a viver aquilo de verdade. Estar aqui é especial, porque é um lugar construído para isso, com uma energia. Quando Plínio construiu (o teatro) ele tinha um propósito, que continua”, aponta Ricardo Tozzi, que interpreta Herodes.

No papel de Jesus, Juliano Cazarré enfatiza sua felicidade em interpretar o Nazareno, uma vez que a religião sempre fez parte de seu universo pessoal. Meticuloso na construção dos personagens, ele afirma que desta vez está aberto para se deixar tocar, também, por um lado mais espiritual.

“Para mim, interpretar Jesus é muito mais que um trabalho. É um presente divino, uma jornada espiritual. . Venho de família religiosa, gosto de ler a Bíblia. Agora busco entender e aprender um pouco mais sobre a figura de Jesus e os seus ensinamentos.

Sempre costumo decidir os trejeitos dos meus personagens, mas aqui estou muito aberto para tentar escutar as inspirações e espero que esse caminho resulte num Jesus muito humano e muito sereno, mesmo diante da condenação e da morte. Um Jesus amigo, carismático, que acha graça nas coisas, que gosta da vida, de estar vivo”, afirma.

Dos atores de fora do Estado, integram ainda a montagem Priscila Fantin (Maria) e Bruno Lopes (Apóstolo João). Além dos artistas convidados, o elenco é formado também por mais de 50 atores e atrizes pernambucanos, como Ricardo Mourão (Caifás), Nínive Caldas (Madalena), José Barbosa (Judas), entre outros.

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