Festival de Inverno aquece Olinda a partir desta quarta-feira

Idealizado pela Casa Balea, o Festival de Inverno de Olinda chega em sua quarta edição com programação plural
Rostand Tiago
Publicado em 22/08/2018 às 9:31
Idealizado pela Casa Balea, o Festival de Inverno de Olinda chega em sua quarta edição com programação plural Foto: Foto: Victor Jucá/Divulgação


Depois da ebulição da festa carnavalesca nos primeiros meses do ano, Olinda começa a experimentar seu tipo particular de inverno, não necessariamente feito de variações térmicas. Com as populares prévias só dando as caras em setembro, a cidade começa a experimentar um frio cultural em relação à movimentação em seu sítio histórico, cada vez mais rigoroso com o fechamento de espaços que faziam as ladeiras serem ocupadas durante todo ano. Entretanto, há iniciativas que tentam contornar o ócio desse período, aquecendo bem a cidade para as vindouras festividades.

Um exemplo delas é o Festival de Inverno de Olinda (FIO), organizado pela Casa Balea (antiga Casa do Cachorro Preto, fechada em 2017), espaço coletivo artístico-cultural idealizado por Raoni Assis, Ivo Sabino e Maiara Lima, localizado na Rua 13 de Maio. Afastando a baixa temperatura do final de agosto, a programação da quarta edição do evento começa hoje e segue até domingo, se dividindo entre exibições de filmes, performances, debates, apresentações musicais e intervenções artísticas.

"O festival já vinha sendo organizado com outros parceiros de Olinda, sendo realizado tanto na antiga Casa do Cachorro Preto, mas também estendida para outros espaços. Não queríamos perder essa produção de atividades no mês de agosto e movimentar a cidade nesse período ocioso", explica Maiara Lira, uma das organizadoras do evento. O evento marca as movimentações iniciais do retorno das iniciativas culturais da Balea.

Programação e parcerias

As parcerias continuam vital para a produção do evento. A abertura das atividades hoje é feita com apoio do Festival de Cinema da Diversidade Sexual e de Gênero, o Recifest. Lá, será montado um cineclube com exibições dos oito ganhadores da última edição do festival, com obras locais e de estados como Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Amazonas. A quinta-feira continua voltada para a discussão das questões de gênero, com a visibilidade trans sendo mote da noite, contando com mesa de debate, a performance (Trans)passar, de Sophia Williams e discotecagem de Naxyz.

A programação segue uma noite de discotecagem na sexta-feira e apresentação do músico de Tonfil, oriundo da poética São José do Egito. Já no domingo, o evento é encerrado com uma intervenção artística voltada para crianças, com a pintura de um mural na casa, iniciando com a DJ Joana Perrusi, além do flash day de tatuagem com Ayodê França. É o único dia em que o festival se inicia no período da tarde, a partir das 14h30.

Levando em conta essa variedade de atrações, Maiara aponta que tanto a estimativa do público, como seu perfil, será algo bem livre e sem amarras. A ideia da movimentação da cidade neste período também abrange diversas esferas. “A gente que trazer tanto gente que trabalha e mora aqui, que percebem como Olinda está parada, mas também gente dos arredores. Outro ponto é que não vemos tanta integração é com o turismo, já que os visitantes geralmente vêm apenas para dar uma passada na Sé e voltam no mesmo dia”, conta. Assim, o Festival de Inverno promete dar uma pequena sacudida na Marim dos Caetés, na intenção de retomar a energia cultural e a apropriação da cidade pelas pessoas.

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