Após demonstrar posição contrária ao presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) em sua atual turnê Us + Them, o músico Roger Waters - ex-Pink Floyd - tem sofrido alguns repúdios por suas atitudes políticas. Seja por parte do público ou de alguns representantes políticos, os ataques direcionados ao artista não se restringem aos momentos dos shows.
O atual Ministro de Cultura Sérgio Sá Leitão, por exemplo, utilizou sua conta pessoal do Twitter para repudiar as ações do astro do rock, o acusando, inclusive, de receber "R$ 90 milhões para fazer propaganda política disfarçada" durante suas performances pelo Brasil. Além de São Paulo, o músico britânico realizou apresentações em Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG), onde abrandou o tom político. O representante do setor cultural demonstrou também certo tom de defesa ao candidato do PSL.
"Roger Waters recebeu cerca de R$ 90 milhões para fazer campanha eleitoral disfarçada de show ao longo do 2º turno. Na Folha (o jornal Folha de S.Paulo), chamou Bolsonaro de 'insano' e 'corrupto'. Sem provas, claro. Disse aos fãs que não voltará ao Brasil caso ele ganhe. Isso sim é caixa 2 e campanha ilegal!", escreveu na publicação.
Em entrevista ao jornal Estado de S. Paulo, Roger Waters condenou a atitude de Sérgio Sá Leitão em que afirma estar de "saco cheio" de apresentações políticas no Brasil. No atual circuito de shows, o inglês tem propagado a campanha #EleNão e classificado o presidenciável Bolsonaro como um dos líderes fascistas, ao lado de Donald Trump, Le Pen, na França, e Putin, na Rússia.
Como parte integrante dos shows, um telão com uma lista desses e outros líderes mundiais considerados neofascistas, estava sendo apresentada. Desde então, Waters tem repetido uma postura contestadora por onde passa com seu espetáculo.
Além de se referir ao compositor de famosas canções do Pink Floyd, o ministro também respondeu usuários. Um deles insinuou que Sérgio Sá Leitão já estaria em campanha a favor da censura tentando garantir novo emprego em um eventual governo Bolsonaro, e foi rebatido pelo ministro.