Especialização

Carreira de direito acompanha mudanças da sociedade

Áreas como direito ambiental e digital devem demandar mais profissionais nos próximos anos

Do JC Online
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Publicado em 03/12/2015 às 7:02
Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem
Áreas como direito ambiental e digital devem demandar mais profissionais nos próximos anos - FOTO: Foto: Fernando da Hora/ JC Imagem
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As leis acompanham – ou pelo menos deveriam – as transformações que acontecem na sociedade. Um dos reflexos dessa necessidade constante de adaptação é a mudança nas áreas especializadas da carreira de direito. Segundo dados da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), são 939.697 advogados vinculados à entidade no País e mais de 25 mil em Pernambuco. Para se destacar entre tantos, investir em setores cuja demanda tende a crescer nos próximos anos é uma boa opção.

Nessa lista se destacam o chamado direito digital, o direito ambiental, as novas questões tratadas pelos direitos humanos, além de demandas mais específicas dentro dos ramos mais tradicionais, como o empresarial.

“O cenário que estamos vivendo hoje, com toda essa crise que está assolando o País, também se reflete na área jurídica. Olhando com essa perspectiva, a área de recuperação judicial deve ter muita demanda. Muitas empresas não estão conseguindo se sustentar e, como esse cenário não deve melhorar com muita rapidez, esse número deve crescer”, analisa Urbano Vitalino Neto, diretor do escritório de advocacia Urbano Vitalino, especializado em direito empresarial.

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Se o fechamento de empresas aumenta a demanda pelo direito empresarial, a industrialização de Pernambuco requer cada vez mais profissionais capacitados na área ambiental. “É um ramo promissor e com poucos profissionais especializados. Cada indústria, para ser instalada, precisa de licenças ambientais que só podem ser feitas por advogados especializados. Hoje são poucos profissionais nesse ramo, e que estão ganhando muito”, garante o promotor do Meio Ambiente do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), Ricardo Coelho.

Ele destaca a tragédia do rompimento da barragem em Mariana, Minas Gerais, como o caso mais extremo e recente de demanda por profissionais especializados. “O Brasil tem leis ambientais rígidas e o patrimônio ambiental mais rico do mundo, que tem que ser protegido”, diz o promotor. 

Já o coordenador do curso de direito da Faculdade Aeso, Alexandre Saldanha, destaca que o direito ambiental não se limita a áreas de preservação da natureza. “Inclui também questões de urbanismo e cultura, como o tombamento de determinadas áreas. Hoje são poucas as pessoas capacitadas em direito para essas questões urbanas”, diz Saldanha. Ele ainda destaca o chamado direito digital – que trata das questões ligadas às relações online e foi impulsionado pelo Marco Civil da Internet –, e os direitos humanos – que nunca perdem espaço e sempre demandam novos debates, como a questão de gênero, mais em alta no momento.

Mas, independente dessas tendências de mercado, quem trabalha na área garante que sempre haverá espaço para os bons profissionais. “Trazer boas pessoas para a empresa é um desafio. De cada 30 currículos que recebemos, chegamos a ficar só com um ou dois. Em áreas mais especializadas, essa escolha fica ainda mais difícil”, diz o sócio do escritório Urbano Vitalino, Alexandre Góis. “Sentimos dos profissionais mais jovens uma pressa muito grande em resolver a vida. Às vezes é importante investir na maturação, na experiência, aprender com cautela. E, se você faz o que gosta, você certamente vai ser bem-sucedido”, complementa.

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