Moeda

Dólar sobe diante de cenário político e declarações de dirigentes nos EUA

Por volta das 10 horas, o dólar à vista era negociado a 3,6403 (+1,27%) no balcão, após ter atingido a máxima de 1,29% (R$ 3,6480) instantes antes

Do Estadão Conteúdo
Cadastrado por
Do Estadão Conteúdo
Publicado em 23/03/2016 às 11:58
Foto: USP Imagens
Por volta das 10 horas, o dólar à vista era negociado a 3,6403 (+1,27%) no balcão, após ter atingido a máxima de 1,29% (R$ 3,6480) instantes antes - FOTO: Foto: USP Imagens
Leitura:

O dólar iniciou esta quarta-feira (23) em alta em relação ao real pressionado por uma combinação de fatores internos e externos. No âmbito local, pesa, além do cenário político, a decisão do Banco Central (BC) de realizar mais uma operação de compra de dólares no mercado futuro via leilão de swap reverso.

No âmbito externo, a pressão vem das declarações dadas pelos presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans, e da Filadélfia, Patrick Harker, as quais sugerem que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, poderia aumentar a taxa de juros nos EUA.

Por volta das 10 horas, o dólar à vista era negociado a 3,6403 (+1,27%) no balcão, após ter atingido a máxima de 1,29% (R$ 3,6480) instantes antes.

O dólar opera em alta em relação às moedas dos principais países e de moedas emergentes e commodities após declarações dadas por Evans e Harker. O presidente do Fed de Chicago afirmou que a economia dos EUA é "a mais forte do mundo" e que o país está muito perto de atingir suas metas de inflação e emprego. 

O presidente do Fed da Filadélfia defendeu que o quadro positivo dos EUA favorece cada vez mais uma elevação nas taxas de juros e se disse favorável a um ritmo mais agressivo nas altas que seus colegas.

No âmbito político pesa a decisão do ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), de que o juiz Sérgio Moro deve enviar à Corte os processos que envolvem o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva.

Em contrapartida à decisão de Teori, analisada pelo mercado financeiro como favorável ao Planalto, o mercado também analisa a decisão do executivo Marcelo Odebrecht de realizar uma delação premiada. Outra informação considerada negativa para a presidente Dilma Rousseff é a posição do vice-presidente Michel Temer de manter para o dia 29 a decisão sobre se o PMDB irá romper ou não com o governo.

TAXA DE JUROS

A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de 0,43% em março, após alta de 1,42% em fevereiro, pressiona o mercado de juros no início desta quarta-feira, 23. Por volta das 10 horas, o DI para janeiro de 2017 estava em 13,675%, de 13,710% no ajuste anterior. O DI para janeiro de 2021 estava em 13,670%, de 13,61%. A desaceleração dos indicadores inflacionários reduz a pressão sobre uma eventual alta dos juros, ao mesmo tempo em que pode indicar uma antecipação do corte da taxa Selic.

Além do IPCA-15 abaixo do esperado - o mercado projetava um índice entre 0,44% e 0,67%, com mediana de 0,55% -, o mercado de juros também reage ao ambiente político conturbado. Na terça-feira à noite o ministro Teori Zavascki, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que o juiz Sérgio Moro enviasse à Corte os processos que envolvem o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Em contrapartida à decisão de Teori, analisada pelo mercado financeiro como favorável ao Planalto, a mesma terça-feira à noite marcou a decisão do executivo Marcelo Odebrecht de fechar acordo de delação premiada. Outra informação considerada negativa para a presidente Dilma Rousseff é a posição do vice-presidente Michel Temer de manter para o dia 29, próxima terça-feira, a decisão sobre se o PMDB irá romper com o governo

Nas curvas de longo prazo, os juros apresentam alta acompanhando a elevação do dólar, esta pressionada pelas operações do Banco Central (BC) no mercado brasileiro e por declarações dadas pelos presidentes do Fed de Chicago, Charles Evans, e da Filadélfia, Patrick Harker. Evans e Harker sinalizaram que o Federal Reserve, o banco central norte-americano, poderia aumentar a taxa de juros nos EUA.

Últimas notícias