As notícias mais recentes da política, que trouxeram incertezas quanto ao futuro do governo, continuaram a influenciar os negócios nesta quinta-feira (24) no Brasil. Os investidores da área de câmbio adotaram postura cautelosa com a questão do impeachment de Dilma Rousseff ainda indefinida e antes do feriado de Páscoa.
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O dólar à vista de balcão terminou em leve alta de 0,04%, aos R$ 3,6810. No mercado futuro, que encerra apenas às 18 horas, a moeda americana para abril era cotada a R$ 3,6885 (0,11%).
O início do dia foi marcado pela pressão de alta do dólar ante o real. O movimento era justificado, em parte, pela cautela em torno da política, após as notícias dos últimos dias sobre a Operação Lava Jato. A expectativa de que executivos da empreiteira Odebrecht estejam colaborando com as autoridades, além da lista de pagamentos feitos pela companhia a centenas de políticos, de dezenas de partidos, turvou o cenário. Na prática, com tantos políticos atingidos, surgiram dúvidas sobre o impeachment, que vinha sendo tratado como inevitável nas últimas semanas, e sobre quem ocuparia a Presidência na ausência de Dilma.
Outro fator que influenciava a alta do dólar no início dos negócios era o leilão de swap cambial reverso (equivalente à compra de dólares no mercado futuro) programado pelo Banco Central, numa oferta de até 3 mil contratos (US$ 150 milhões). Além disso, a instituição havia reduzido de 2.500 contratos (US$ 125 milhões) para 2.000 contratos (US$ 100 milhões) a oferta de contratos de swap tradicional para a rolagem dos vencimentos de abril. Neste cenário, o dólar marcou a máxima de R$ 3,7210 (+1,13%) às 9h04.
Depois disso, porém, a moeda começou a perder força, com exportadores aproveitando as cotações. Além disso, o BC acabou não comprando dólares na operação de swap cambial reverso, frustrando a expectativa de parte do mercado. E, como as dúvidas em torno do impeachment são muitas, as cotações foram se reaproximando da estabilidade ao longo do dia. Perto do fechamento, às 17h01, o dólar à vista marcou a mínima de R$ 3,6795 (estável), em sintonia com certa melhora das bolsas de Nova York e das moedas de outros países emergentes.