Workshop seleciona projetos de comunicação e tecnologia capitaneados por mulheres

O movimento Chicas Poderosas, criado pela jornalista portuguesa Mariana Santos e que tem por objetivo estimular o surgimento de empresas de mídia e tecnologia comandadas por mulheres, vai realizar, no próximo fim de semana, um workshop de Design Sprint no Recife. O objetivo é reunir propostas para a área de comunicação e de tecnologia que sejam lideradas por mulheres e ajudar na elaboração de um plano de negócios para essas iniciativas, que tanto podem ser startups independentes quanto projetos dentro de empresas já existentes.

O workshop no Recife acontece na sede do Sistema Jornal do Commercio de Comunicação, na Rua do Lima, em Santo Amaro, nos dias 28 e 29 de outubro. Mulheres interessadas em participar ainda podem cadastrar suas ideias usando esse link. Um comitê curador liderado pela CEO das Chicas Poderosas, Mariana Santos, selecionará 20 projetos para ajudar a desenvolver. E os melhores deles receberão mentoria gratuita de janeiro a março do próximo ano. "Mulheres jornalistas, comunicadoras, programadoras e designers na mídia latino-americana são como diamantes se formando sob grande pressão. E, com uma nova incubadora para empreendedoras em meios de comunicação, a organização quer trazer essas pedras preciosas para a superfície", diz Mariana Santos.

Além do Recife, workshops semelhantes vão acontecer em São Paulo e em Manaus. As três cidades funcionarão como pólos da incubadora de empreendedorismo. Em São Paulo, deve ser implantado o New Ventures Lab, parceria com o Google Campus e o Google News Lab. Será uma ferramenta para acelerar a criação de empresas de jornalismo e de mídia com mulheres no comando. Serão 17 semanas de mentoria, a partir do dia 22 de janeiro, com business developers de startups tecnológicas de sucesso, jornalistas e empreendedores de mídia do Brasil e do resto da América Latina.

Chicas Poderosas é um movimento global que começou em 2013, quando Santos era Knight International Journalism Fellow do International Center for Journalism, para empoderar mulheres na área de tecnologia em meios de comunicação digitais da América Latina. Hoje, a organização tem presença em 11 países. “Vamos tentar trazer design thinking e experiência centrada no usuário em tudo o que fazemos e o jornalismo não é exceção. Temos uma parceria com designers da IDEO que nos vão ajudar a espalhar pelo Brasil esta técnica de pensamento criativo e de colaboração”, comenta a CEO.

“Escolhemos o Brasil pois é um dos países em que neste momento existe mais corrupção política e em que por vezes a liberdade de imprensa fica em risco. Queremos formar mais mulheres empreendedoras e motivadas a mudar o panorama geral com ideias de colaboração, inovação e liderança no digital”, explicou. Homens podem participar da equipe, mas as Chicas querem mulheres na liderança, como CEOs.